Com a IA, as ‘competências’ podem ser menos importantes para uma contratação, diz ManPowerGroup

A difusão da inteligência artificial (IA) está revolucionando o mercado de trabalho, bem como os métodos de contratação, e pode levar os empregadores a priorizar o “potencial” dos candidatos acima de suas “competências”, segundo um executivo da ManPowerGroup.

Isso se deve ao fato de que as competências “podem se tornar obsoletas em seis meses, e é preferível saber que você trabalha duro, que é curioso, que tem boas habilidades interpessoais (…) e isso, a IA pode ajudá-lo a avaliar”, explica Tomas Chamorro Premuzic, diretor de inovação do gigante americano de trabalho temporário, em uma entrevista à AFP durante a feira Vivatech que acaba neste sábado em Paris.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), “um em cada quatro trabalhadores no mundo exerce uma profissão mais ou menos exposta à IA generativa, mas a maioria dos empregos será transformada e não eliminada, já que a intervenção humana continua sendo indispensável”.

No entanto, as tarefas de informática (uso da internet, e-mails…) que podem ser realizadas de forma autônoma por agentes de IA estão passando por uma “rápida expansão”.

Nesse contexto, os empregadores poderiam procurar cada vez mais pessoal com habilidades que a IA não pode desempenhar, como julgamento ético, atendimento ao cliente, gestão e estratégia, de acordo com uma pesquisa da ManPowerGroup realizada com mais de 40 mil empregadores em 42 países e publicada esta semana.

Essas competências ainda não se destacam o suficiente na formação, lamenta Chamorro Premuzic.

“Para cada dólar investido em tecnologia, deveriam ser investidos oito ou nove dólares em recursos humanos, transformação cultural e gestão da mudança”, afirma.

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