Distantes de seu país em guerra, estes jogadores de futebol ucranianos que defendem clubes de Inglaterra, Portugal e Itália, não estão com as cabeças voltadas apenas para o campo de jogo, e também se mobilizam para oferecer ajuda a seus compatriotas.

As partidas das copas europeias, previstas para esta semana e a próxima, serão uma nova oportunidade para que eles continuem enviando mensagens de paz, como vêm fazendo desde o início da invasão russa da Ucrânia.

– Zinchenko sente ‘muita dor’ –

O meia do Manchester City, Oleksandr Zinchenko, e o ponta-direita do West Ham, Andriy Yarmolenko, são dois dos três ucranianos que disputam a Premier League da Inglaterra, uma liga em que não há jogadores russos.

“Vou ser honesto, se não fosse por minha filha ou minha família, eu estaria lá”, explicou Zinchenko durante entrevista à BBC no último sábado (5).

“O que mais se aproxima do sentimento que eu tive, é talvez o que acontece quando alguém próximo morre. Vocês sabem, a sensação de sentir tanta dor dentro de si. Eu não fiz outra coisa além de chorar”, acrescentou Zinchenko, de 25 anos de idade.

Ele não esteve em campo neste fim de semana e tudo indica que não estará na equipe que enfrentará na quarta o Sporting Lisboa pela Liga dos Campeões da Europa.

Tampouco tem participado das partidas seu compatriota Yarmolenko, de 32 anos, que também esteve ausente na rodada do fim de semana.

“Não vamos pressioná-lo” a voltar, garantiu David Moyes, treinador dos ‘Hammers’, que enfrentam o Sevilla espanhol na quinta-feira pela partida de ida das oitavas da Liga Europa.

– Yaremchuk ovacionado –

Em 23 de fevereiro, na véspera do início da invasão de seu país, o atacante do Benfica de Portugal, Roman Yaremchuk, exibiu uma camisa com o brasão de armas da Ucrânia para comemorar um gol contra o Ajax da Holanda na Liga dos Campeões.

“Estando a milhares de quilômetros da minha pátria, envio apoio a todos os que estão atualmente em perigo em nossa terra natal”, explicou o artilheiro de 26 anos em seu perfil no Instagram.

Dias depois, quando saiu do banco para entrar no duelo contra o Vitória de Guimarães, pelo Campeonato Português, o jogador nascido em Lviv foi ovacionado.

“Seu aplauso não é para mim, seu aplauso [é] para todas as pessoas e soldados que protegem minha família, meus amigos e toda a Ucrânia”, escreveu o jogador na rede social. Yaremchuk entrou em campo no fim de semana com uma braçadeira negra de luto e deverá estar entre os 11 que enfrentam o Ajax no jogo de volta das oitavas da Champions em 15 de março.

– Malinovskyi comprometido-

No primeiro dia da invasão russa, Ruslan Malinovskyi se juntou aos protestos internacionais mostrando uma camiseta contra a guerra depois do primeiro de seus dois gols pela Atalanta, da Itália, contra o Olympiakos, da Grécia, em Atenas.

“Não é fácil, mas Ruslan tenta jogar para nossa torcida, inclusive se estiver ocorrendo algo verdadeiramente grave”, declarou sua esposa Roksana no sábado, ao jornal italiano Corriere dello Sport.

Com o apoio de uma torcida organizada de Bérgamo, o casal Malinovskyi organizou um leilão de camisetas de jogadores do Atalanta para arrecadar fundos para a Ucrânia.

Para o duelo da Liga Europa contra o Bayer Leverkusen, da Alemanha, na quinta-feira, a mesma torcida organizada colocará à venda cachecóis mostrando duas mãos apertadas, com os nomes de Malinovskyi e de seu companheiro de equipo russo, Alexey Miranchuk, segundo a publicação esportiva.

Os dois jogadores, que estiveram juntos em campo no sábado contra a Roma, também receberam o apoio de seus companheiros: “Outro dia, enquanto a loucura da guerra colocava Rússia e Ucrânia uma contra a outra, eles se abraçaram. Nós nos aproximamos deles e vamos continuar fazendo isso neste momento tão difícil”, declarou o italiano Matteo Pessina.

hap-bcr-bnl-alu/jed/dam/psr/rpr

SPORT LISBOA E BENFICA – FUTEBOL

AFC AJAX