Após conquistar os três primeiros Grand Slam da temporada e com a ausência de inúmeras estrelas, Novak Djokovic tem uma grande oportunidade de dar mais um passo em direção ao Golden Slam, um feito que só Steffi Graf alcançou.

A Espanha, apesar da ausência de Rafael Nadal, e a Argentina, com equipe comandada por Diego Schwartzman, têm a possibilidade de conquistar qualquer uma das 15 medalhas em jogo nas diferentes categorias: simples e duplas masculinas e femininas e duplas mistas.

Com metade do Top 20 da ATP ausente, seja por lesão ou por não se submeter às restrições impostas pelas autoridades japonesas, Djokovic aparece, mais do que nunca, como grande favorito ao ouro olímpico, título que falta em seu currículo.

Se tiver sucesso em Tóquio, o tenista sérvio de 34 anos dará mais um passo em direção a um Golden Slam (vencer o Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon, o US Open e os Jogos Olímpicos na mesma temporada), o que definitivamente o alçaria ainda mais alto no Panteão deste esporte.

A única tenista que conseguiu tal feito até hoje foi a alemã Steffi Graff em 1998.

Djokovic chega ao Jogos Olímpicos cheio de confiança depois de ter vencido os três primeiros Slams do ano (Austrália, Roland Garros e Wimbledon) e igualar o recorde de 20 Grand Slams de seus dois grandes rivais, Rafael Nadal e Roger Federer,ambos ausentes em Tóquio. O sérvio, porém, com certeza ainda tem na memória a decepção na Rio-2016.

– Steffi Graff, único precedente –

O atual indiscutível número um do mundo chegou ao Rio com aspirações ao ouro, mas deixou o Brasil em lágrimas, eliminado de surpresa na primeira rodada pelo argentino Juan Martín del Potro, que se recuperava de seguidas lesões há dois anos.

Os principais rivais pelo ouro de Djokovic devem ser alguns dos integrantes do Top 20 da ATP presentes em Tóquio (Medvedev, Tsitsipas, Zverev, Rublev, Carreño, Hurkacz, Schwartzman, Auger-Aliassime e Monfils). O sérvio também ficará de olho em dois ex-membros do Top 10: o britânico Andy Murray, campeão olímpico em 2012 e 2016, mas assolado por lesões desde então, e o veterano Kei Nishikori, que jogará diante de seu público.

Na ausência de Nadal, que preferiu focar em se recuperar fisicamente após a exaustiva temporada de saibro de olho no US Open, Pablo Carreño (ATP No. 11) se tornou o líder de uma equipe espanhola muito dizimada e que também contará com Alejandro Davidovich (35º), Pablo Andújar (65º) e Roberto Carballés (90º).

A seleção argentina também tem um líder claro: Diego Schwartzman (13º). O ‘Peque’ tem a chance de imitar Del Potro e Gabriela Sabatini, os únicos tenistas tenistas argentinos a ganharem uma medalha no individual.

“Não sei o que esperar, mas quero aproveitar muito”, disse o tenista argentino, um tanto irregular nesta temporada, ao site da Federação Internacional de Tênis, definindo o torneio olímpico como “um grande sonho”.

s brasileiros Thiago Monteiro e João Menezes, o chileno Marcelo Tomás Barrios também vão disputar na categoria individual, o peruano Juan Pablo Varillas e o colombiano Daniel Elahi Galán.

– Chave feminina mais aberta –

Na chave feminina, a japonesa Naomi Osaka (2ª) não vai querer decepcionar em casa, embora ainda não se sabe como ela lidará com a pressão do favoritismo, após admitir ter sofrido de episódios depressivos e de ansiedade que a levaram a abandonar Roland Garros e não competir em Wimbledon.

O resultado do torneio feminino, porém, é muito mais incerto do que o masculino, com a presença de 15 das 20 primeiras classificadas no ranking WTA, entre elas a número 1 mundial, a australiana Ashley Barty, recém-sagrada campeã em Wimbledon.

Sabalenka, Svitolina, Pliskova, Swiatek e Muguruza aparecem como outras grandes candidatas ao pódio, embora no caso da espanhola a principal desvantagem seja a sua irregularidade.

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