O índice de abstenção nas provas do Enem 2016 ficou em 30% e é o maior desde 2009, quando 37,7% dos candidatos faltaram. De acordo com a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini, dos 8.356.215 inscritos que realizariam a prova neste fim de semana, 2.507.596 não apareceram.

Neste domingo, 6, em Sorocaba (SP), pelo menos 30 candidatos chegaram atrasados e perderam o segundo dia de provas do Enem. Muitos reclamaram do trânsito e da falta de ônibus.

A candidata Cristiane Leme da Silva, de 21 anos, disse que esperou quase uma hora pelo ônibus no bairro de Aparecidinha e acabou chegando atrasada no local das provas. “Normalmente tem ônibus de 20 em 20 minutos”, reclamou. Ela prestava o Enem para tentar acesso ao Programa Universidade para Todos (ProUni).

O estudante João Pedro Claro, de 18 anos, também culpou a falta de ônibus para justificar a chegada com atraso na Faculdade de Tecnologia (Fatec), um dos locais de prova. “Moro na zona norte e preciso tomar dois ônibus. Ontem (sábado) tinha ônibus à vontade, mas hoje eles desapareceram. Fiquei muito mais que o previsto esperando no ponto do bairro e no terminal.”

Eliminações

Segundo o MEC, 768 alunos foram eliminados neste ano: 641 por desobedecer regras gerais, como chegar atrasado; 120 barrados pelo detector de metal; e 7 por se negarem a fazer o registro biométrico. Em 2015, o número de eliminados foi semelhante: 740.

Um total de 271.033 estudantes terão de fazer o Enem nos dias 3 e 4 dezembro. Eles estavam inscritos em locais que foram ocupados em protesto contra a reforma do ensino médio e a PEC 241, que prevê um teto para os gastos públicos. O custo da aplicação da nova prova será de R$ 15 milhões.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou em entrevista coletiva que, apesar das dificuldades enfrentadas este ano, a realização do Enem foi um “sucesso absoluto”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.