O Brasil encerrará 2019 com 79 vagas asseguradas na Paralimpíada do ano que vem, em Tóquio, no Japão. Destas, 46 são voltadas às modalidades coletivas em que o país tem seleções classificadas para os Jogos: vôlei sentado (24), goalball (12) — masculino e feminino — e futebol de cinco (10). As outras 33 estão divididas entre bocha (9), paracanoagem (4), ciclismo de estrada (2), ciclismo de pista (2), natação (7), remo (2), tênis de mesa (5), tiro com arco (1) e tiro esportivo (1). As informações são do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Mas, é só o começo.

Ainda segundo o CPB, a entidade aguarda a confirmação, via Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), do total de vagas que o atletismo brasileiro terá direito. Por isso, não confirma quantos competidores estão garantidos no Japão. Considerando o primeiro critério estabelecido pelo Comitê para definição da equipe que irá ao evento (ouro no Mundial de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, disputado em novembro), pelo menos 13 nomes já estão com malas prontas para Tóquio.

Em 2016, quando sediou a Paralimpíada, o Brasil foi representado por quase 500 pessoas, entre atletas, atletas-guia, calheiros e comissões técnicas, um recorde. Para Tóquio, a delegação certamente será menor. Além de não ser o anfitrião, com participação assegurada em todas as disputas, o país não se classificou para o basquete em cadeira de rodas, tanto no masculino como no feminino. Só aí, são 24 vagas a menos.

Não significa, necessariamente, uma perspectiva de medalhas, já que o Brasil não as conquistou em nenhum desses esportes no Rio de Janeiro. Nem no futebol de sete, que deixou o programa paralímpico depois dos Jogos de 2016. Tanto que a projeção do CPB, anunciada em julho do ano passado, é de alcançar entre 60 e 75 pódios em Tóquio, estimativa dentro do que se obteve no Rio — 72 medalhas, com 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes.

Além disso, há brasileiros subindo no pódio em disputas internacionais justamente de modalidades que estrearão no evento em 2020 — e distribuem mais medalhas. No parataekwondo, Debora Menezes se sagrou campeã mundial na categoria acima de 58 quilos, com Cristhiane Neves sendo bronze na categoria até 58 quilos, ambas na classe K44, para lutadores com deficiência em um membro superior. Já no parabadminton, Vitor Tavares ganhou três bronzes no Mundial (simples, dupla e dupla mista) pela classe S6 (baixa estatura).

A estimativa do CPB é levar para o Japão uma delegação de 415 pessoas. A julgar por 2016, a convocação oficial deve ser anunciada em julho. Em algumas modalidades, como no judô — que definirá os atletas para 2020 em maio — somente um atleta por categoria pode ser chamado, e há disputas interessantes por algumas vagas. Rebeca Silva e Meg Emmerich, por exemplo, competem de forma acirrada para representar o Brasil na categoria acima de 70 quilos feminino. Ambas têm chances semelhantes de pódio, e só a posição no ranking mundial não deverá ser suficiente para a escolha de uma ou de outra.

Já em modalidades como atletismo e natação, há chance de se estabelecerem marcas até 1º de junho. Há, ainda, quem sonhe com uma última chance de ir aos Jogos. Caso do rugby em cadeira de rodas brasileiro, que deverá participar em março de um torneio no Canadá, que classifica duas seleções para Tóquio. A sorte está lançada.