A Colômbia venceu nesta quarta-feira (10) o Uruguai por 1 a 0 e se classificou para a final da Copa América-2024, nos Estados Unidos, onde no domingo buscará o segundo título continental de sua história contra a Argentina.

O meio-campista Jefferson Lerma, em sua volta ao time titular do técnico Néstor Lorenzo após cumprir suspensão, marcou aos 38 minutos o gol que definiu esta semifinal no Bank of America Stadium, em Charlotte, com mais de 70 mil torcedores, a maioria de colombianos.

O Uruguai jogou com superioridade numérica durante metade do jogo, após a expulsão do zagueiro colombiano Daniel Muñoz (45’+1).

“No segundo tempo, com um jogador a mais, o jogo se desnaturalizou, porque foi um jogo com inúmeras interrupções”, disse o técnico da ‘Celeste’, Marcelo Bielsa.

A Colômbia, invicta há 28 jogos e que conquistou sua única Copa América em casa, em 2001, teve que enfrentar um bombardeio da ‘Celeste’ no final da partida, mas soube resistir e agora vai buscar o título no domingo, em Miami, contra a campeã mundial, a Argentina de Lionel Messi que na terça-feira venceu o Canadá por 2 a 0.

“Estamos felizes por colocar um sorriso no rosto do povo colombiano. Sentimos muita satisfação”, disse Lorenzo na coletiva de imprensa após a partida, destacando o sacrifício do seu time depois de ficar com dez homens.

“Conversamos muito no intervalo sobre multiplicar esforços. Às vezes dez conseguem fazer o esforço de doze, não onze, mas doze, e os rapazes arrasaram”, acrescentou.

O Uruguai jogará no sábado contra o Canadá pelo terceiro lugar, novamente em Charlotte.

O final da partida foi marcado por uma briga nas arquibancadas da qual participaram jogadores uruguaios, que relataram ataques de torcedores colombianos a seus familiares. “É um desastre”, protestou José María Giménez.

– Lerma marca –

Marcelo Bielsa fez grandes mudanças na escalação do Uruguai devido aos desfalques na defesa do lesionado Ronald Araújo e do suspenso Nahitan Nández. O técnico colocou três novos nomes em relação ao time titular utilizado nas quartas de final – José María Giménez, Sebastián Cáceres e Rodrigo Bentancur – e deixou de lado o habitual 4-3-3.

Cáceres, Giménez e Mathías Olivera formaram uma linha de três zagueiros, embora Manuel Ugarte costumasse recuar e se inserir na defesa para que Cáceres e Olivera pudessem se abrir na hora de defender. Bentancur, no meio de campo, foi a grande aposta.

A mensagem de Bielsa foi muito clara: o Uruguai poderia tomar precauções já que sua defesa estava desfigurada, mas em nenhum caso iria se fechar em torno de seu gol.

A Colômbia, por sua vez, incluiu Lerma como a única mudança. Jhon Arias e Luis Díaz avançavam pelas pontas, enquanto James Rodríguez jogou solto, sem amarras, na faixa central.

Após um bom início da Colômbia, o Uruguai teve chances extraordinárias nos pés de Darwin Núñez. No entanto, faltou pontaria ao artilheiro do Liverpool.

Ele falhou na definição aos 17 minutos após um belo passe de Federico Valverde, aos 21 em jogada individual e aos 28 após um cruzamento de Maximiliano Araújo.

O plano de Bielsa sofreu um golpe com uma lesão que obrigou Bentancur a sair aos 34 minutos.

Pouco depois, em cobrança de escanteio de James, veio o gol de Lerma com uma cabeçada para baixo em que a bola quicou e entrou no canto, rente à trave, quase indefensável para o goleiro Sergio Rochet, que havia ameaçado sair e não conseguiu alcançar. As arquibancadas estremeram, enquanto uma cumbia tocava nos alto-falantes do estádio.

O camisa 10 da Colômbia chegou a sua sexta assistência no torneio, a maior em uma edição, superando Messi, que havia distribuído cinco em 2021.

Quando a Colômbia vivia o seu melhor momento, foi a vez do plano de Lorenzo ter que mudar. Uma cotovelada de Muñoz em Ugarte numa disputa terminou com a expulsão do lateral.

– Resistência –

Para reequilibrar a Colômbia, Lorenzo precisou sacrificar Jhon Arias.

E os contratempos não iriam parar, já que Richard Ríos deixou o campo numa maca. Um novo sacrifício teve que ser feito e o escolhido foi James.

Com um homem a mais, o Uruguai se voltou para o ataque, mas Núñez voltou a falhar aos 65 minutos, num chute que Camilo Vargas defendeu.

Luis Suárez entrou em campo para acompanhar Núñez e mandou uma bomba na trave aos 71 minutos.

A Colômbia resistiu para atingir a marca de 28 jogos consecutivos sem perder, superando o recorde da seleção colombiana que a geração de Carlos Valderrama havia estabelecido na década de 1990. E a equipe ainda teve a chance de aumentar sua vantagem com contra-ataques contra um Uruguai que deixou espaços atrás.

Mateus Uribe desperdiçou duas boas chances. No final não importou: a seleção colombiana é finalista.

Ainda está longe da invencibilidade absoluta no futebol de seleções, de 37 jogos, conquistada pela Itália entre 2018 e 2021, mas não há tempo para pensar nisso. Como vem dizendo o técnico Lorenzo, o foco está sempre no próximo jogo, nada mais nada menos que uma final contra a Argentina, valendo o título da Copa América.

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