O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta sexta-feira (17) a suspensão das negociações de paz com o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN), após um dia violento que deixou cerca de 30 mortos na fronteira com a Venezuela, segundo um relatório oficial.
“O que o ELN cometeu em Catatumbo são crimes de guerra. O processo de diálogo com este grupo está suspenso, o ELN não tem vontade de paz”, escreveu o presidente nesta sexta-feira em sua conta na rede social X.
Desde quinta-feira, rebeldes do ELN e dissidentes das Farc têm entrado em confronto em uma região do nordeste da Colômbia conhecida como Catatumbo, na fronteira com a Venezuela e com mais de 52 mil hectares de plantação de folha de coca, disse o governador do departamento de Norte de Santander, William Villamizar, à Blu Radio.
“Já temos dados no local de mais de 30 pessoas mortas, assim como mais de 20 feridas”, disse o governador, sem explicar se há civis entre as vítimas. Vários dos feridos foram levados para hospitais próximos e relatórios preliminares afirmam que dezenas de famílias foram desalojadas.
Os confrontos se devem a “uma disputa territorial” entre o ELN e as facções dissidentes das Farc pelo controle da produção de cocaína na área, segundo Villamizar.
Na quinta-feira, a ONU informou que cinco ex-guerrilheiros das Farc que depuseram suas armas após o acordo de paz de 2016 foram mortos na área conturbada.
Também na quinta-feira, o comissário de paz do governo, Otty Patiño, denunciou que o ELN está “pagando pistoleiros” para assassinar seu principal assessor.
Petro iniciou conversações com o ELN no final de 2022, quando se tornou o primeiro esquerdista a se tornar presidente da Colômbia.
Mas esse processo de paz sofre crises constantes devido a ataques rebeldes e diferenças na mesa de negociações.
O grupo guerrilheiro de inspiração guevarista, que pega em armas desde 1964, tem uma força de cerca de 5.800 combatentes e uma ampla rede de colaboradores, de acordo com a inteligência militar.
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