Colômbia responderá com ‘toda a força’ às ameaças de ‘guerra’ do ELN

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O ministro da Defesa da Colômbia, Pedro Sánchez, afirmou neste domingo em entrevista à AFP que responderá com “toda a força” às ameaças da guerrilha ELN de iniciar uma “guerra total” contra as forças de segurança.

A advertência dos rebeldes “é respondida com toda a força legítima do Estado (…) Uma guerra total deles é terrorismo total, é sicariato total, é todas as aberrações e violações aos direitos humanos”, declarou Sánchez em Bogotá.

No último fim de semana, dois comandantes do Exército de Libertação Nacional (ELN) afirmaram em entrevista à AFP nas montanhas da região do Catatumbo (nordeste), na fronteira com a Venezuela, que a política de “paz total” do presidente Gustavo Petro havia falhado e aberto caminho para uma “guerra total”.

Eles também avisaram que os confrontos continuarão se as forças de segurança tentarem entrar em seus territórios.

Em janeiro, dezenas de pessoas foram assassinadas na região pelos guerrilheiros, que tentam assumir o controle de áreas repletas de coca, principal componente da cocaína.

Os confrontos também deixaram mais de 50 mil deslocados, em meio ao que é considerado a pior crise de segurança desde o desarmamento da poderosa guerrilha Farc, após o acordo de paz de 2016.

As tropas tentam, sem sucesso, retomar o controle da região.

Sánchez, um general da Força Aérea que se aposentou para assumir o cargo de ministro em 3 de março, afirmou que buscará combinar a ação social do Estado com a força militar.

“A ofensiva deve ser incrementada, deve ser vigorosa, e vamos promover a vida: entreguem-se, desmobilizem-se ou serão capturados. Mas se insistirem em assassinar, vamos com toda a força legítima do Estado”, acrescentou.

O general considera que alguns grupos armados ilegais, como o ELN e certas dissidências das Farc, que rejeitaram o desarmamento, traíram o presidente Petro e se aproveitaram para se fortalecer militarmente com o narcotráfico.

No último ano, essas organizações dedicadas ao narcotráfico, principalmente o ELN e o clã do Golfo, aumentaram seu efetivo em pelo menos 1.500 membros, reconheceu Sánchez.

Esse aumento ocorre justamente quando o país realiza gestões diplomáticas para evitar que os Estados Unidos retirem seu certificado como aliado antidrogas em setembro.

“Se isso acontecer, simplesmente perderemos a capacidade de conter essa ameaça (…) isso vai contra os interesses dos Estados Unidos, porque chegaria mais cocaína”, afirmou.

Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, aposta em apagar seis décadas de conflito armado com estratégias de diálogo.

No entanto, sua política de “paz total” enfrenta dificuldades a um ano e meio do término de seu mandato.

 

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