A Colômbia protestou nesta terça-feira (5) contra o Peru pela soberania de uma ilha que fica na região da fronteira entre os dois países e o Brasil, e que o governo peruano declarou como território nacional sem um processo de mediação entre os países.
A região que fica cercada pelo rio Amazonas foi afetada pela diminuição do fluxo do rio nos últimos anos que provocou mudanças geográficas na região e aproximou a ilha de Santa Rosa da margem colombiana, onde está localizada a cidade de Leticia.
Por meio de um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia afirmou que a ilha nunca foi “atribuída” ao Peru e pediu que uma comissão binacional definisse sua soberania.
O Peru defende que a ilha está em território nacional e, em meados de junho, a oficializou como parte da província de Loreto.
O governo peruano “protesta” as declarações da Colômbia e reafirma “os direitos soberanos e atos de jurisdição que exerce legítima e legalmente o Peru”, respondeu o Ministério das Relações Exteriores em outro comunicado.
A tensão diplomática pelo território começou em 2024, por conta das mudanças no fluxo que ameaçam deixar Leticia, importante porto colombiano, sem saída direta para o rio.
Especialistas alertam que é esperado que o fluxo do rio Amazonas continue diminuindo nos próximos anos.
Em reação à postura do Peru, o presidente colombiano, Gustavo Petro, acusa o Peru de “ocupar um território que pertence à Colômbia”.
“O governo usará, antes de tudo, os caminhos diplomáticos para defender a soberania nacional”, disse no X.
Petro usou a disputa territorial para transferir as celebrações da independência da Colômbia de 7 de agosto da capital, Bogotá, para Leticia.
O popular ex-presidente colombiano Álvaro Uribe convocou protestos em todo o país para o mesmo dia, em rejeição à sua condenação de 12 anos de prisão domiciliar por suborno e fraude processual.
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