O presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu nesta sexta-feira (12) ao Conselho de Segurança da ONU que supervisione por mais um ano o andamento do pacto de paz com o antigo grupo guerrilheiro Farc, manchado pelo não cumprimento de obrigações e assassinato de dezenas de ex-membros da guerrilha.

Duque encaminhou o pedido aos embaixadores do Conselho de Segurança que visitam a Colômbia, após sua tentativa fracassada de modificar neste ano, por via legislativa, alguns pontos do pacto firmado em 2016 que terminou com um combate armado de meio século, que gerou milhares de mortos e desaparecidos, além de milhões de habitantes deslocados.

Com o respaldo das Nações Unidas, o acordo com o ex-grupo guerrilheiro reduziu sensivelmente a violência em várias regiões do país, embora persistam a polarização política e outras ameaças à segurança motivadas principalmente pelo narcotráfico.

Eleito com o apoio dos mais severos críticos das negociações de paz, Duque tentou revisar os compromissos assumidos por seu antecessor, Juan Manuel Santos (2010-2018), com o argumento de evitar a impunidade para os responsáveis de delitos atrozes.

De seu lado, o agora partido Farc denuncia atrasos, violações e falta de garantias legais e de segurança. Desde novembro de 2016, foram assassinados 140 ex-guerrilheiros e 31 familiares, de acordo com a organização.

A acordo histórico, que levou ao desarmamento de cerca de sete mil rebeldes, também foi manchado pela decisão de ex-comandantes guerrilheiros de se manterem à margem do processo de paz, entre eles os ex-negociadores Iván Márquez e Jesús Santrich, este último procurado pela justiça por narcotráfico.