A Colômbia manifestou, nesta quinta-feira (21), “preocupação” pela situação na Venezuela e pediu “garantias para todos os partidos e candidatos” nas eleições de 28 de julho, sem mencionar a inabilitação da opositora María Corina Machado.

“A Colômbia expressa preocupação pelos possíveis efeitos dos últimos acontecimentos no desenrolar do processo político na Venezuela, no contexto dos acordos alcançados em Barbados”, indicou a chancelaria em um breve boletim.

O governo colombiano se refere ao acordo alcançado em outubro entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, que fez Washington suspender parcialmente algumas das sanções impostas a Caracas.

Ao contrário dos Estados Unidos e de alguns governos latino-americanos, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, Gustavo Petro, mantém certa distância sobre as eleições venezuelanas e evita se pronunciar a respeito.

A Venezuela se prepara para eleições marcadas pela inabilitação e ofensiva judicial contra a principal adversária de Maduro, a opositora María Corina Machado. Sete de seus colaboradores foram detidos e outros sete têm mandados de prisão em aberto, entre eles Magalli Meda, seu braço direito e apontada como possível substituta.

A oposição venezuelana expressou nesta quinta seu rechaço às “prisões arbitrárias” e “perseguições”, que classificou como “uma nova violação do acordo de Barbados”.

Na cidade de Montería, o chanceler encarregado da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, pediu “a realização de eleições com garantias para todos os partidos, candidatos e candidatas”.

Petro, aliado de Maduro, foi criticado por não endurecer sua posição em relação à Venezuela e acusado de ser cúmplice de uma possível tentativa do chavismo de se perpetuar no poder.

“Dizem que não temos falado muito sobre a Venezuela, mas […] a Colômbia está comprometida com uma solução que acompanhe a sociedade venezuelana e que responda inteiramente a seus desafios, em um contexto de respeito à soberania da Venezuela”, indicou Murillo.

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