08/02/2022 - 21:45
Estados Unidos e Colômbia irão unir forças contra os “atores externos” que buscarem manipular as disputas eleitorais das quais sairão este ano um novo Congresso e o sucessor do presidente colombiano, Iván Duque, acordaram os dois governos nesta terça-feira.
Duque e a subsecretária de Estado americana para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, reuniram-se reuniram na sede da presidência, em Bogotá, para discutir a cooperação em segurança regional, democracia e economia. “Nosso desejo é ter uma eleição livre e justa aqui, uma eleição colombiana para colombianos, e temos que protegê-la de atores externos interessados em manipular as eleições, como tentaram fazê-lo em outras partes do mundo”, disse Victoria.
A representante da Casa Branca descreveu como ameaças os ataques cibernéticos, a desinformação e disseminação de notícias falsas “que não são de origem colombiana”. Sem mencionar a Rússia, sua declaração coincide com desentendimentos recentes entre os governos de Moscou e Bogotá, um dos principais aliados dos Estados Unidos na América Latina.
O desacordo mais recente ocorreu na semana passada, quando o ministro da Defesa Diego Molano acusou a Rússia de “interferência estrangeira” na conturbada fronteira entre Colômbia e Venezuela. Bogotá teme que a cooperação militar entre Moscou e Caracas seja desviada para grupos armados colombianos que operam na área de fronteira.
O presidente Iván Duque, por sua vez, insistiu hoje em que “apresentaram-se influências externas que pretendem manipular informações e induzir comportamentos em uma e outra direção”.
Em maio passado, em meio a um movimento de protestos sem precedentes contra o governo, a Colômbia acusou a Rússia de estar ligada a ataques cibernéticos contra sites oficiais. A embaixada russa negou as acusações.
A Colômbia realizará eleições legislativas em 13 de março e um primeiro turno presidencial em 29 de maio. Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, haverá uma segunda votação entre os dois favoritos no dia 19 de junho.