A guerrilha do ELN e a principal dissidência das Farc estão violando as tréguas acordadas nas negociações de paz, com uma onda de violência no oeste da Colômbia, denunciaram mediadores e autoridades nesta terça-feira (13).

A Defensoria do Povo e a Igreja Católica juntaram-se à rejeição do Governo, que na segunda-feira qualificou de “deslealdade” o ataque de organizações da região do Pacífico, que obrigou milhares de agricultores a se confinarem.

A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), em negociações com o governo do esquerdista Gustavo Petro em Cuba, anunciou na sexta-feira um “ataque armado por tempo indeterminado” no departamento de Chocó, apesar do cessar-fogo bilateral que está em vigor desde agosto.

“Não sabemos, pelo nosso papel de acompanhamento (da Igreja Católica), o que fazer porque realmente sentimos que há uma zombaria, que não há uma palavra firme”, alertou o bispo de Istmina (Chocó), Mario de Jesús Álvarez, à Blu Rádio nesta terça-feira.

“É uma deslealdade aos acordos” do sexto ciclo de negociações em Havana, em que a trégua foi prorrogada até agosto, disse o bispo, que denunciou um clima “de grande ansiedade e grande angústia” entre os moradores.

Na mesma linha, o comissário de paz, Otty Patiño, questionou a vontade de paz do ELN e do Estado-Maior Central (EMC), principal dissidente das Farc e com quem o governo mantém diálogo desde outubro.

Embora tenha sido acordada uma trégua até julho, o EMC realiza ações armadas em Cauca, Valle del Cauca e Nariño.

“O cessar-fogo não permite a prática de crimes e muito menos contra a população”, afirmou Patiño.

O Exército afirmou que denunciará o ELN ao mecanismo de monitoramento do cessar-fogo da ONU, mas que a situação está sob controle.

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