Colômbia denuncia prisão na Venezuela de signatários da paz com as Farc

A Colômbia denunciou, nesta sexta-feira (15), a detenção na Venezuela de quatro ex-guerrilheiros das Farc que assinaram a paz em 2016 e de um funcionário colombiano, segundo um comunicado da agência responsável pela reincorporação de ex-combatentes à vida civil.

Em 14 de agosto, os cinco colombianos cruzaram para a Venezuela como “turistas” após participarem de um evento de entrega de ajuda financeira aos signatários da paz na região de Arauca (nordeste), explicou o boletim. Mais tarde, Caracas confirmou sua detenção.

A Colômbia ativou “os canais institucionais e diplomáticos para esclarecer os fatos” e garantir “o pronto e seguro retorno dos cidadãos detidos”, acrescentou a Agência para a Reincorporação e a Normalização.

A Colômbia estreitou laços com a Venezuela após a chegada ao poder de Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda na história do país. Mas a contestada reeleição de Nicolás Maduro, na Venezuela, em meados de 2024, distanciou os líderes.

A detenção ocorre em meio a aproximações diplomáticas entre os governos para coordenar suas Forças Armadas na luta contra os grupos ilegais na fronteira.

Entre os detidos estão Diana Blanco, signatária da paz e funcionária encarregada de promover a reincorporação dos ex-combatentes das Farc à vida civil, e outros três signatários da paz que atuam como escoltas e têm permissão para portar armas.

Bogotá não reconheceu a vitória de Maduro para um terceiro mandato consecutivo, mas manteve abertos os canais diplomáticos com a Venezuela. Por sua vez, Maduro afirmou que cerca de 50 colombianos acusados de serem “mercenários” estão presos na Venezuela. A diplomacia colombiana pede sua libertação.

No início de agosto, o Ministério das Relações Exteriores colombiano informou que a advogada e opositora venezuelana María Alejandra Díaz está asilada desde janeiro em sua embaixada na Venezuela “por motivos políticos”.

Na Venezuela, há múltiplas denúncias de violações dos direitos humanos e prisões políticas. Segundo a ONG Foro Penal, com sede em Caracas, atualmente há mais de 800 presos políticos no país.

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