O governo colombiano defende uma “solução latino-americana” para a crise gerada pela invasão policial à embaixada do México na capital do Equador, disse o chanceler Luis Gilberto Murillo nesta terça-feira (9) na ONU.

“Acreditamos que seja importante avançar em uma solução latino-americana, superar essa situação incômoda para todos e considerarmos que há cenários onde podemos chegar a um entendimento”, disse, em uma breve declaração à imprensa, o chanceler, após participar da sessão trimestral do Conselho de Segurança sobre os avanços do plano de paz de seu país, de 2016.

“Estamos oferecendo os bons ofícios da Colômbia e da comunidade latino-americana para poder superar esse fato que impactou muito negativamente a região”, disse.

Na próxima sexta-feira está prevista uma reunião virtual de presidentes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), convocada pela denominada ‘troika’ desse organismo da qual participam a mandatária de Honduras, Xiomara Castro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves.

A ideia é que “possa sair um comunicado conjunto” de tal encontro e buscar “mecanismos ou fazer um apelo para a solução pacífica e harmoniosa dessa situação tão incômoda a nível diplomático” na região, disse, por sua vez, a vice-chanceler colombiana, Elisabeth Taylor Jay.

A Presidência hondurenha assegurou na segunda-feira que a ideia é “promover um diálogo para normalizar as relações” entre Equador e México, e no caso contrário, “tomar posições políticas [contra o Equador], sejam elas em conjunto, bilaterais ou em organismos internacionais para obrigarem o seu cumprimento”.

Além da Celac, Murillo também considerou a ONU como caminho para resolver a crise.

“Todos esses cenários devem contribuir para que se encontrem áreas de entendimento”, disse a chanceler.

O México rompeu relações com o Equador após uma operação dentro de sua embaixada em Quito para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, acusado de corrupção, e a quem o México concedeu asilo.

A incursão dentro da sede diplomática, sem antecedentes recentes no mundo, foi condenada por 30 países, entre eles os Estados Unidos e nações europeias, e organizações internacionais como ONU e OEA.

af/mel/dd/rpr