A Colômbia concedeu, nesta quinta-feira (24), a nacionalidade ao escritor Sergio Ramírez, símbolo dos mais de 300 opositores nicaraguenses que foram destituídos de sua cidadania pelo regime de Daniel Ortega, informou a chancelaria colombiana.

O ato aconteceu na embaixada da Colômbia em Madri, onde Ramírez reside desde 2021, e foi presidido pelo ministro das Relações Exteriores Álvaro Leyva Durán.

Ramírez foi um dos mais de 300 opositores de quem o governo de Daniel Ortega retirou a nacionalidade em fevereiro, ao declará-los “traidores da pátria”. Além disso, deixou-os inabilitados a ocupar cargos públicos.

Dias depois, a Colômbia ofereceu a nacionalidade a Ramírez, que ganhou o Prêmio Cervantes em 2017. “Sergio Ramírez e Gertrudis Guerrero (sua mulher) são atores importantes na expressão da cultura latino-americana e uma amostra da luta pela liberdade e democracia no continente”, destacou a chancelaria em seu site.

Exilado na Espanha, Ramírez afastou-se em 1995 da Frente Sandinista, liderada por Ortega, para formar um movimento dissidente com outros intelectuais e personalidades sandinistas.

Apesar de Ramírez ter lutado contra a ditadura dos Somoza (1937-1979), em uma revolução que levou os sandinistas ao poder, Ortega atacou-o e a outros críticos, especialmente depois dos protestos de 2018 contra o seu governo.

“O que nos tiraram com mão sinistra, a Colômbia nos devolve com mão generosa”, declarou Ramírez ao receber a nacionalidade, segundo a chancelaria.

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