Colômbia apreende maior carregamento de cocaína da última década

O governo da Colômbia anunciou nesta sexta-feira (21) a maior apreensão de cocaína da última década, com 14 toneladas confiscadas em seu principal porto do Pacífico, em meio a tensões com Washington, que considera insuficientes suas políticas antidrogas.

A descoberta, no país que mais produz cocaína no mundo, ocorre em um momento em que a Casa Branca pressiona o presidente colombiano, Gustavo Petro, por meio de sanções financeiras e pela retirada da Colômbia da lista de países aliados na guerra contra o narcotráfico.

A droga, armazenada em dezenas de sacos de 50 quilos dentro de um galpão, “estava camuflada” em uma mistura com gesso, informou o Ministério da Defesa na rede X.

“É a maior apreensão da Polícia da Colômbia na última década”, celebrou Petro, a nove meses do fim de seu mandato e em campanha para que a esquerda se mantenha no poder.

Para identificar a cocaína, a polícia utilizou cães farejadores, conforme mostrado em imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa.

A operação, “sem um único morto”, segundo Petro, foi realizada no porto de Buenaventura (sudoeste), um ponto estratégico de saída da cocaína produzida na Colômbia e alvo de disputas entre gangues rivais.

Petro é crítico da estratégia antidrogas do presidente americano, Donald Trump, e rejeita os bombardeios que este autorizou contra lanchas supostamente carregadas com droga no Caribe e no Pacífico.

O presidente de esquerda considera esses ataques “execuções extrajudiciais”.

Ano após ano, a Colômbia bate seus próprios recordes de plantações de folha de coca e produção do pó branco. O país possui cerca de 253 mil hectares de cultivos de coca e produz pelo menos 2.600 toneladas de cocaína, de acordo com o último balanço da ONU de 2023.

Petro considera injustas as sanções de Trump e assegura que, sob seu governo, foram realizadas apreensões recordes.

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