O ministro da Justiça da Colômbia, Néstor Osuna, anunciou, nesta terça-feira (2), a primeira repatriação de 13 colombianos presos no Equador, uma medida impulsionada pelo governo equatoriano em sua luta contra as quadrilhas do narcotráfico.

“Serão 13 os colombianos condenados em prisões equatorianas que serão repatriados nos próximos dias e que receberemos nas prisões colombianas”, disse Osuna após uma reunião com a chanceler equatoriana, Gabriela Sommerfeld, em Bogotá.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, propôs em janeiro que cerca de 1.500 presos de nacionalidade colombiana cumpram suas penas em seu país. A medida visa aliviar a superlotação carcerária, que é estimada em excesso de cerca de 3 mil pessoas.

Sem dar uma data específica para as primeiras repatriações, Sommerfeld disse em entrevista coletiva nesta terça-feira que ambos os países buscam “concretizar nos próximos dias parte deste acordo”, impulsionado pelo Equador após a crise de violência registrada em janeiro.

O ano de 2024 começou com uma escalada de violência de gangues criminosas no Equador, que deixou cerca de vinte mortos e levou o presidente a decretar um novo estado de exceção e um conflito armado interno.

A reunião desta terça-feira no Palácio de San Carlos, sede do Ministério das Relações Exteriores em Bogotá, também contou com a participação do chanceler da Colômbia, Luis Murillo, entre outras autoridades.

“Os problemas que afligem o Equador afligem a região”, afirmou Sommerfeld. “A Colômbia tem muita experiência [em segurança] e pode nos apoiar”, acrescentou.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Francisco Coy, afirmou que ambos os países estão trabalhando nos procedimentos para implementar o acordo. “Estamos revisando uma série de processos enviados pela República do Equador para ver em quais casos a repatriação é aplicável”, afirmou.

O governo da Colômbia havia inicialmente rejeitado o plano de Noboa, considerando-o uma “expulsão em massa” e uma medida unilateral. Mas no final de janeiro, Osuna disse que os governos dos dois países concordaram em avaliar a repatriação “caso a caso”.

De acordo com o censo penitenciário de 2022, nas 36 prisões equatorianas havia 31.300 presos, dos quais 3.200 eram estrangeiros.

Gangues criminosas ligadas a cartéis da Colômbia e do México transformaram as prisões em campos de batalha, onde disputam o controle do tráfico de drogas em confrontos que deixaram mais de 460 presos mortos desde 2021.

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