A cólica costuma ser associada como um sintoma da menstruação, consequente da contração do útero no período. No entanto, essa é uma condição bastante comum entre os bebês — de causa completamente diferente. Segundo a pediatra e neonatologista Danielle Negri, as cólicas em bebêsacontecem porque a lactose do leite materno ou de qualquer outro leite, que é o açúcar, entra em contato com o intestino, que, por ser imaturo, produz esse efeito”.

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Visto que a ingestão do leite causa tal sintoma, mães que amamentam devem se atentar a sua alimentação. Por isso, a médica recomenda evitar álcool, cafeína, chocolate, processados, leites e derivados, feijão, repolho e vegetais verdes escuros. Apesar disso, a especialista salienta que mães não devem se culpar pelas cólicas de seus bebês.

“A mãe pode fazer uma dieta incrível, super restrita, não ter nada, e a criança apresentar cólica mesmo assim, porque isso é endógeno e faz parte do mecanismo do organismo da criança”, explica Danielle. 

Como identificar a cólica em bebês

Bebês não sabem falar, tampouco expressar o que sentem. Por isso, o choro é comum entre os pequenos, e pode indicar desconforto. Sendo assim, como identificar o choro da cólica? A pediatra recomenda analisar se a criança está alimentada e com a fralda limpa. Caso esses fatores estejam feitos, é importante se atentar a outros sinais.

“É necessário observar como está a barriguinha dessa criança. Além disso, mãos fechadas, flexão de perninhas e barriga rígida são sinais de cólica”, destaca.  

As cólicas ocorrem nos bebês a partir de três semanas de vida. “Então, aquela criança que era muito tranquila, a partir de 20 ou 21 dias muda o comportamento e começa a apresentar choro estridente. Chora bastante, se joga para trás, fica vermelha e se contorce”, diz a especialista, pontuando, ainda, que o sintoma costuma promover choro entre às 18h e 19h, conhecido como “hora da bruxa” e pode se estender pela madrugada. 

“Em geral, ao longo do dia o bebê fica bem. As cólicas possuem um pico de incidência com seis semanas de vida e depois vai melhorando, até os três meses. Então, 70% das cólicas melhoram com três meses e 80% até os quatro meses”, completa a médica. 

Como aliviar a cólica em bebês

Saber o que fazer para aliviar a cólica em bebês é muito importante para o bem-estar da criança. Para isso, bolsas térmicas e banhos com água quente são bons aliados, pois ajudam a relaxar a musculatura e aliviar a dor abdominal, mas essas técnicas merecem atenção, para não haver queimaduras e ferimentos na pele do bebê.

Outra dica da profissional é realizar movimentos circulares na barriga da criança, bem como praticar o seguinte exercício: com o bebê deitado, dobre lentamente os joelhos dele até que as coxas pressionem levemente a barriga. Depois, deve estender novamente as pernas e realizar com delicadeza o movimento de pedalada. Esse procedimento pode ser feitos várias vezes ao dia, não somente no momento da dor.

“Caso as dores estejam bem intensas e esses procedimentos não resolvam, analgésicos podem ser utilizados, mas sempre com recomendação do pediatra”, finaliza Danielle.