A epidemia de cólera na região nordeste da Nigéria, onde atua o grupo extremista Boko Haram, deixou 175 mortos e afeta mais de 10.000 pessoas, advertiu nesta segunda-feira o Norwegian Refugee Council (NRC).

“A doença se propaga rapidamente nos acampamentos de deslocados, que têm acesso limitado a instalações sanitárias adequadas”, disse Janet Cherono, diretora do projeto do NRC em Maiduguri, capital do estado de Borno.

“A temporada de chuvas agravou a situação”, completou.

A epidemia de cólera afeta três estados do nordeste do país (Borno, Adamawa e Yobe), de onde eram as 175 vítimas fatais e onde vivem as 10.000 pessoas portadoras do vírus.

Na semana passada, o presidente nigeriano, Muhamadu Buhari, em campanha pela reeleição, declarou estado de emergência sanitária durante uma reunião sobre o acesso à água.

Na Nigéria, país de maior população da África, com 180 milhões de pessoas, 25% dos habitantes não têm acesso a banheiros e o acesso à água potável caiu de 32% em 1990 a 7% em 2015, recordou o presidente.

A insurreição extremista do Boko Haram e sua repressão por parte do exército deixaram mais de 34.000 mortos desde 2009, assim como 1,8 milhão de deslocados que não podem retornar para suas casas.