Um colaborador do presidente francês, Emmanuel Macron, que aparece em um vídeo agredindo um manifestante em 1º de maio passado, foi colocado em prisão preventiva e será demitido – informou a Presidência nesta sexta-feira (20).

No polêmico vídeo, Alexandre Benalla, equipado com um capacete de Polícia, aparece segurando uma jovem pelo pescoço, depois de agredir violentamente um manifestante que já estava no chão, cercado por agentes do Batalhão de Choque.

O Ministério Público de Paris também indicou que Benalla foi colocado em prisão preventiva acusado de atos de violência em reunião por parte de uma pessoa encarregada de uma missão do serviço público, usurpação de cargo e uso ilegal de insígnias reservadas à autoridade pública, assim como de cumplicidade no desvio de imagens de câmeras de segurança.

Na investigação, três policiais foram suspensos de forma cautelar por terem extraído imagens das câmeras de vigilância e de terem-nas transmitido para Benalla, relatou uma fonte próxima do caso.

Além disso, o diretor de gabinete do presidente Macron, Patrick Strzoda, foi ouvido na quinta-feira como testemunha na investigação.

Após a investigação preliminar da Justiça, um inquérito administrativo foi aberto pela Corregedoria da polícia, e outro, pela Assembleia Nacional.

O caso ameaça a promessa de uma “República exemplar” feita por Emmaniel Macron, que até agora não se pronunciou sobre o assunto.

Benalla foi o responsável pela segurança de Macron durante a campanha presidencial, antes de ser nomeado “responsável de missão” no Eliseu.

O Eliseu chegou a suspendê-lo em maio, sem salário por duas semanas, em razão das agressões cometidas, mas acionou a Justiça apenas quando o vídeo foi divulgado pelo jornal Le Monde.

Em razão desta falta de ação, muitos deputados acusaram nesta sexta-feira o ministro do Interior Gérard Collomb de mentir, depois de novas informações da imprensa sugerindo que ele estava ciente dos atos de violência de Benalla.

O presidente Macron fez da moralidade na vida pública um dos principais pontos do seu mandato.