Após a repercussão negativa de um vídeo, o secretário especial de Cultura do governo do presidente Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, afirmou nesta sexta-feira (17) que o discurso dele semelhante ao do ministro de Adolf Hitler da Alemanha Nazista é “coincidência retórica”.

Em um post em sua conta no Facebook, Alvim afirmou que “o que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota”. “Eu não citei ninguém. E o trecho fala de uma arte heróica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro. Não há nada de errado com a frase”, afirmou o secretário.

https://www.facebook.com/roberto.alvim.9/posts/3985335308159399

No vídeo postado nas redes da Secretaria Especial da Cultura, Alvim cita trechos de discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista.

Em meados do século XX, Goebbels havia afirmado que a “arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”. No discurso do secretário da Cultura, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”.

Além dos trechos do pronunciamento, os internautas também chamaram a atenção para as semelhanças da estética do vídeo, da aparência do secretário, do vocabulário, do tom de voz e da trilha sonora escolhida.

Após a repercussão do vídeo, políticos e famosos se pronunciaram sobre o assunto. “O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ).

“Eles nem se escondem mais”, escreveu o músico Marcelo D2. “Ao empregar parte de texto de Goebbels e ópera de Wagner, fundo musical preferido de Hitler,para noticiar seus planos para a cultura brasileira, Roberto Alvim, Secretário de Cultura ,escancara de vez a face Neonazista e criminosa deste DESgoverno de @jairbolsonaro ! Inaceitável!”, comentou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).