O Comitê Olímpico Internacional (COI) detalhou para o boxe um “caminho justo e transparente para os Jogos Olímpicos” de Tóquio no ano que vem. Serão disputados quatro torneios pré-olímpicos continentais na China, Senegal, Argentina e Grã-Bretanha entre os meses de fevereiro e abril de 2020. Na sequência, uma competição mundial será realizado em Paris, na França, e não em Tóquio como se acreditava anteriormente, entre os dias 13 e 24 de maio. Com isso, o Mundial em Sochi, na Rússia, entre os dias 7 e 21 de setembro, não valerá como classificatório para a Olimpíada.

O COI confirmou em junho a remoção do status olímpico da Associação Internacional de Boxe (Aiba), que costumava organizar as disputas qualificatórias para a Olimpíada e a própria competição olímpica. Com a decisão, o COI assumiu estas funções relativas aos Jogos de Tóquio-2020.

A decisão foi tomada depois que o COI aceitou de forma unânime as orientações feitas pelo seu Conselho Executivo em maio, que acusou a Aiba de criar sérios riscos em termos de reputação e questões legais e financeiras para o COI. Na prática, a decisão tornou a Aiba sem status suficiente para organizar a disputa olímpica do boxe. Além disso, a Aiba deixou de receber cerca de US$ 17,5 milhões (R$ 72,4 milhões) da futura receita comercial da competição no Japão.

A decisão do COI foi baseada em uma investigação, que apontou problemas em suas finanças e na sua governança. Também questionava a integridade das decisões dos árbitros nas últimas edições dos Jogos Olímpicos, desde Pequim-2008. A entidade argumenta que temia eventuais manipulações de resultados em Tóquio-2020.

Também vinha incomodando a entidade a eleição do usbeque Gafur Rakhimov para presidir a Aiba, no ano passado. Ele enfrenta acusações de envolvimento com o crime organizado, o que ele nega. Em dezembro de 2017, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos afirmou que “Rakhimov partiu da extorsão e dos roubos de carro para se tornar um dos principais líderes do crime organizado no Usbequistão e uma figura importante envolvida no tráfico de heroína”.

Diante da pressão internacional, Rakhimov se afastou por conta própria da presidência da Aiba em março deste ano.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Ao todo, serão 286 lutadores em Tóquio-2020, como nos Jogos do Rio-2016, mas a participação feminina subirá de três para cinco categorias, com 100 mulheres – foram 86 no Brasil. Já o número de boxeadores cairá de 250 a 186, com a redução de 10 para 8 categorias.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias