O Comitê Olímpico Internacional (COI) não planeja impor sanções a Israel, a cinco meses dos Jogos Olímpicos de Paris, afirmou um funcionário do alto escalão da entidade nesta sexta-feira (8).

Deputados da esquerda francesa tinham pedido que atletas israelenses participassem dos Jogos sob bandeira neutra.

Em um e-mail de 20 de fevereiro enviado ao presidente do COI, Thomas Bach, 30 deputados pediram que Israel recebessem o mesmo tratamento dado a Rússia e Belarus, deixando aberta a possibilidade de uma retirada das sanções contra esses países em caso de um cessar-fogo “duradouro” no conflito na Ucrânia.

“Hoje não pensamos em sanções” contra Israel, afirmou Pierre-Olivier Beckers, presidente da Comissão de Coordenação dos Jogos Olímpicos de 2024, ao ser perguntado sobre o assunto durante entrevista coletiva na capital francesa.

“Os elementos que levaram o COI a sancionar a Rússia e o Comitê Olímpico Russo (ROC) são específicos, pelos quais a Rússia, e mais recentemente o ROC, em outubro de 2023, desrespeitaram claramente elementos essenciais da Carta Olímpica”, explicou Beckers.

“Não é o caso nem do Comitê Olímpico Palestino, nem do Comitê Olímpico Israelense, que coexistem de maneira pacífica entre eles. Está totalmente claro que são duas situações diferentes”, acrescentou.

Em fevereiro de 2022, dias depois da invasão da Ucrânia, o COI havia recomendado às federações internacionais que vetassem russos e bielorrussos do esporte mundial.

Um ano depois, em março de 2023, o COI anunciou a permissão de retorno para esses atletas às competições internacionais sob bandeira neutra, desde que obedecessem a uma série de condições. Em 8 de dezembro, deu sinal verde para sua presença nos Jogos Olímpicos de Paris, também sob bandeira neutra.

Nesse ínterim, o COI suspendeu no dia 12 de outubro de 2023 o ROC por ter colocado organizações regionais ucranianas sob sua autoridade.

A guerra entre Israel e Hamas se desencadeou em 7 de outubro do ano passado, após um ataque do grupo islamita que provocou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP realizada a partir de dados oficiais israelenses.

Como represália, Israel prometeu dizimar o Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e a quem considera uma organização terrorista.

O exército israelense lançou uma ofensiva que deixou, até o momento, 30.534 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

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