Caberá aos brasileiros decidir quem vai receber a tocha olímpica em Brasília, no começo de maio, e não ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Quem fez o alerta é o presidente da entidade, Thomas Bach. Em declarações exclusivas ao Estado de S. Paulo, ele indicou que de fato ainda não sabe a quem a tocha vai ser entregue no desembarque na capital brasileira.

A crise política nacional deixou os organizadores do protocolo sem saber o que vai ocorrer quando, de forma oficial, a tocha embarcar da Europa em direção a Brasília. Originalmente, a ideia era de que ela seria recebida pela presidente Dilma Rousseff.

“O COI vai repassar isso ao Brasil e caberá aos brasileiros decidir quem vai receber a tocha em nome do País, e não ao COI”, afirmou. Bach acredita que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff terá um “impacto limitado”. “Já entramos na fase operacional e por isso acho que o impacto será menor”, disse.

Nesta quinta-feira, a entidade dará início ao que seria, simbolicamente, o período olímpico, com a tocha começando sua turnê a partir de Olímpia. Ao Estado de S. Paulo, conselheiros do presidente do COI, Thomas Bach, indicaram que ele vai usar a cerimônia na Grécia para pedir que os brasileiros usem a tocha como forma de unir de novo o País.

Mas, nesta terça em Lausanne, a crise política estava em todas as conversas. “Queremos saber sobre qual é o impacto e possíveis riscos do impeachment para o evento”, questionou Matt Smith, da Federação Internacional de Remo, durante uma espécie de sabatina que viveu o Rio-2016 na Suíça.

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador, respondeu que “não teremos qualquer tipo de problemas”. Após o evento, procurado pelo Estado de S. Paulo, Nuzman indicou que não falaria do impeachment. Mas questionado sobre quem levaria a tocha olímpica quando ela chegar ao Brasil, fez um silêncio e apenas respondeu: “Isso não me diz respeito”. “Quando chegarmos, vamos ver. Eu não vou ficar falando sobre isso”, disse.