O Comitê Olímpico Internacional (COI) baniu a Federação Internacional de Boxe (IBA) nesta quinta-feira (22) após anos de conflito, mas confirmou que manterá o esporte no quadro dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e Los Angeles 2028.

Convocada no início de junho pelo comitê executivo do COI, a 140ª sessão “retirou seu reconhecimento” à IBA, já “suspensa” desde 26 de junho de 2019, por 69 votos a favor, um contra e dez abstenções.

Desta forma, a IBA perde definitivamente a organização dos torneios olímpicos de boxe e suas arrecadações.

Com a credibilidade arranhada por escândalos de arbitragem e um ex-dirigente considerado pelos Estados Unidos “um dos líderes do crime organizado” no Uzbequistão, a federação de boxe tinha prometido esforços para se reformular após a chegada do novo presidente, o russo Umar Kremlev, em dezembro de 2020.

Mas, em um relatório publicado no início de junho, o COI julgou que a IBA “fracassou na hora de cumprir as condições” impostas para sua reintegração e decidiu retirar da federação a organização do torneio olímpico de Paris 2024, como já tinha feito em Tóquio 2020.

O COI também lamentou a dependência econômica da IBA em relação à Gazprom, gigante russa do ramo de energia e sua principal patrocinadora, cujo contrato foi firmado por Kremlev.

O dirigente desafiou o COI no último mundial feminino de boxe, em março, ao autorizar lutadoras russas e bielorrussas a defenderem as bandeiras de seus países, excluídos por conta do conflito na Ucrânia.

“O COI constante e pacientemente tentou ajudar nas questões que geram preocupação”, mas a IBA “foi incapaz de apresentar os elementos para a retirada da suspensão”, resumiu nesta quinta-feira o diretor-geral do comitê olímpico, Christophe De Kepper.

Ele confirmou, no entanto, a presença do boxe nos Jogos de Paris 2024 e Los Angeles 2028, cujo programa esportivo definitivo será anunciado em setembro.

A queda da IBA coincide com a ascensão da nova federação World Boxing, impulsionada por várias potências ocidentais.

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