Se a indústria da moda se renova a cada três ou seis meses, o surgimento de um couro feito com base no micélio, ou seja, na ramificação emaranhada de fungos e cogumelos, não entra nessa rotatividade que tanto dano causa ao meio ambiente. O “Mylo”, nome como o material foi registrado, é uma novidade que veio para ficar, assim como a Lycra, por exemplo. Marcas de renome, como, a da estilista Stella McCartney, ativista da causa animal e filha de Paul McCartney, ou a gigante Adidas já estão produzindo tecidos com o novo couro vegano. E, engana-se quem pensa que isso é uma moda passageira dos protetores de animais.

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O “Mylo”, ao contrário do couro e seus pares sintéticos, passa por menos lavagens e foca em um produto encontrado em larga escala nas florestas e matas mundo afora. Stella, por exemplo, nunca trabalhou com produtos de origem animal e viu no “Mylo” uma maneira de inovar e criar consciência diante do consumo. “Somos o último e o menos regulado dos setores. Fabricantes de carros e produtores de energia são regulamentados. Nós (da moda) não. Se não fizermos as mudanças necessárias, nós ficaremos para trás”, disse a estilista no último seminário Best of Fashion (BOF).

Já a Adidas está prestes a lançar um tênis inteiro feito com couro de cogumelo e a ansiedade pelo novo modelo é grande. A empresa responsável pela “Mylo” só pretende vender sua matéria prima para as empresas no segundo semestre de 2021 e será preciso ver, por exemplo, se alguma fabricante brasileira irá se interessar. Durável, com estrutura e textura de couro, o material tem tudo para ficar muitas e muitas décadas no meio ambiente. E da maneira correta.