O membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) Benoît Coeuré afirmou nesta quinta-feira que “a qualquer nível de taxas de juros, as mudanças climáticas afetarão a condução da política monetária de uma forma ou de outra”. Ao falar para uma plateia de estudantes em evento na Escola de Economia de Paris, Coeuré disse também que “a mudança climática é talvez o desafio mais abrangente” que a nova geração de economistas enfrentará.

“Os bancos centrais não podem estar na linha de frente do combate às mudanças climáticas. Isso é e deve permanecer uma tarefa política. Mas os bancos centrais podem ajudar dentro de seus mandatos”, acrescentou. Para o membro do Conselho do BCE, as autoridades monetárias estão “ficando para trás” nessa temática e apenas recentemente começaram a incorporar os efeitos climáticos em seus modelos macroeconômicos.

“Os bancos centrais enfrentarão esses problemas de identificação com mais frequência no futuro. E eles precisarão pensar em como incorporar considerações verdes e sustentáveis em seu comportamento”, disse Coeuré.

O economista francês também declarou que as taxas de juros negativas têm “implicitamente contribuído para encurtar a tragédia no horizonte”. “Ou seja, taxas mais baixas aumentaram o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros com maior probabilidade de serem afetados pelas mudanças climáticas”, explicou.