O Coeficiente de Exportação (CE) da Indústria da Transformação nacional, que mede a proporção da produção que é exportada, fechou o primeiro trimestre em 21%, aumento de 1,4 ponto porcentual na comparação com os últimos três meses de 2015. Já o Coeficiente de Importação (CI), que avalia a proporção dos produtos consumidos internamente que é importada, também teve alta na mesma base de comparação, de 0,3 p.p., para 19,2%. Os indicadores são apurados pelos departamentos de Economia e Comércio Exterior (Depecon/Derex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Conforme relatório divulgado nesta quarta-feira, 8, pela entidade, o coeficiente de exportação apresenta forte crescimento desde o final de 2014 e está sendo influenciado pela desvalorização do real frente ao dólar. Além disso, analisando as variáveis que compõem o CE, o bom desempenho também foi impulsionado pelo aumento de 6,4% das exportações em quantidade (quantum) no período e pela contração de 0,6% na produção, ou seja, a exportação ganhou representatividade em face a um menor volume de produção.

“A exportação é um dos pilares para a recuperação econômica do país, pois estimula o emprego e a produção”, explicou o diretor do Derex, Thomaz Zanotto, na nota. “O aumento do coeficiente no período também mostra como uma taxa de câmbio mais realista é fundamental para a competitividade do manufaturado brasileiro”, disse.

Já na análise das variáveis do CI, a expansão do coeficiente nos três primeiros meses de 2016 é explicado em grande medida pela retração de 1,9% no consumo aparente. Contudo, a redução de 0,4% das importações (em quantum) impactou negativamente o CI.

Setores

Dos 21 setores analisados pelo Coeficiente de Exportação e Importação (CEI) da Fiesp, 14 apresentaram crescimento do CE no primeiro trimestre de 2016, na comparação com o trimestre anterior. Quatro registraram estabilidade e três tiveram quedas. Os destaques mais positivos foram os setores de têxteis (alta de 4,4 p.p.) e metalurgia (4,3 p.p.), do lado negativo, a retração mais acentuada ocorreu no setor de fumo (queda de 6,8 p.p.).

Já o CI apresentou crescimento em oito dos setores analisados, dois ficaram estáveis e onze tiveram queda. As maiores variações positivas foram registradas pelos setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,6 p.p.) e máquinas e equipamentos (3,2 p.p.). Já as maiores quedas foram do setor de vestuário (-2,5 p.p.) e indústrias diversas (- 1,2 p.p.).

Os indicadores foram relançados neste ano pela Fiesp, com uma nova metodologia que desconsidera as sazonalidades, permitindo uma comparação entre meses sem influencias de fatores pontuais e característicos de certas épocas do ano. Apesar da frequência mensal, os Coeficientes de Exportação e de Importação são médias móveis trimestrais (utilizando dados dessazonalizados) para amenizar o efeito da forte volatilidade.

Por isso, conforme a Fiesp, os dados do primeiro trimestre de 2016 são comparados com o trimestre precedente (outubro a dezembro de 2015).