A Coca-Cola pode interromper a sua produção de refrigerante na Zona Franca de Manaus caso o presidente Michel Temer não baixe medida que devolve ao setor os benefícios de que desfrutavam antes da paralisação dos caminheiros, de acordo com informações divulgadas pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (21).

Segundo a publicação, a empresa americana afirma que só faz sentido produzir na Zona Franca se a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) for de, pelo menos, 15%.

O tema, que foi levado a Temer pela primeira vez em junho deste ano, envolve o corte de 15 mil empregos diretos pela retração de cerca de R$ 6 bilhões por ano nas vendas.

Ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, se o presidente brasileiro não voltar atrás em sua decisão a Coca-Cola afirmou que pode destinar a produção do Brasil a alguma fábrica em país com incentivos fiscais e a Colômbia pode ser a principal saída.

Em nota, a empresa diz que “Reiteramos que a Coca-Cola Brasil não tem planos de deixar a Zona Franca de Manaus, de onde, há 28 anos, sai o concentrado utilizado na produção de várias de nossas bebidas pelas 36 fábricas instaladas no país. O nosso compromisso com o Brasil é sólido e de longo prazo, numa trajetória que já soma 76 anos.

Nossos valores e práticas incluem diálogo e transparência com governos e com a sociedade brasileira. 

Atuamos em 202 países sempre com total respeito às leis locais.

Em todo o Brasil, o Sistema Coca-Cola emprega 54 mil pessoas direta e outras 600 mil indiretamente na produção e distribuição de 213 produtos de 20 marcas. Só este ano nosso investimento no Brasil foi de R$ 3 bilhões, seguindo o mesmo patamar de 2017.”