BERLIM, 24 NOV (ANSA) – Quase dois meses após as eleições legislativas na Alemanha, três partidos anunciaram nesta quarta-feira (24) um acordo para formar um novo governo encabeçado por Olaf Scholz e encerrar os 16 anos de gestão da chanceler conservadora Angela Merkel.   

A chamada “coalizão do semáforo” reúne o Partido Social-Democrata (SPD), vermelho, o Partido Democrático Liberal (FDP), amarelo, e os Verdes. A União Democrata-Cristã (CDU), sigla de Merkel e que governa desde 2005, sendo os últimos oito anos em aliança com o SPD, passa para a oposição.   

A coalizão encabeçada por Scholz, 63 anos, terá 416 dos 736 assentos no Parlamento, mas bastará que um dos partidos rompa a aliança para o futuro governo ficar sem maioria.   

“O semáforo existe”, disse o futuro chanceler nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa em Berlim. Segundo Scholz, a aliança vai “promover, impulsionar e levar adiante a soberania europeia”.   

Assim como Merkel, o social-democrata é tido como pragmático e pouco carismático, mas também como um cumpridor de metas capaz de lidar com temas espinhosos.   

Termos – O contrato divulgado nesta quarta encerra quase dois meses de negociações entre SPD, Verdes e FDP e busca abarcar demandas dos três partidos.   

O líder dos liberais, Christian Lindner, será ministro das Finanças, cargo atualmente ocupado por Scholz, que também é vice-chanceler de Merkel; já os líderes dos Verdes, Annalena Baerbock e Robert Habeck, foram designados para as Relações Exteriores e para o superministério da Economia, Energia e Clima, respectivamente.   

Os sociais-democratas, majoritários na coalizão do semáforo, terão o maior número de pastas, incluindo Saúde, Trabalho, Interior e Defesa. “Olaf Scholz será um chanceler forte para a Alemanha”, garantiu Lindner. O último chefe de governo do SPD foi Gerhard Schroeder, entre 1998 e 2005.   

O acordo entre os três partidos prevê um aumento do salário mínimo de 9,60 para 12 euros por hora e que 80% da energia do país seja produzida por fontes renováveis até 2030. Além disso, Scholz prometeu distribuir 1 bilhão de euros em bônus para trabalhadores da saúde na linha de frente contra a pandemia de Covid-19.   

O novo governo tomará posse em um momento de explosão dos novos casos de coronavírus no país, que vem batendo recordes consecutivos de contágios diários, enquanto as mortes voltaram ao patamar do início de maio.   

O recrudescimento da pandemia já fez diversos estados adotarem medidas restritivas, como o fechamento dos populares mercados de Natal e a proibição de não vacinados em restaurantes. (ANSA).