POTENZA, 24 MAR (ANSA) – Quatro candidatos disputam neste domingo (24) o cargo de governador da região da Basilicata, no sul da Itália, no último pleito no país antes das aguardadas eleições europeias do próximo mês de maio.   

Cerca de 574 mil eleitores foram chamados às urnas, e a afluência por volta de 12h era de 13,31% – os colégios eleitorais ficam abertos até as 23h. Além do governador, os lucanos elegem neste domingo os 20 membros do conselho regional.   

A Basilicata é governada pela centro-esquerda desde a década de 1970, mas o último presidente da região, Marcello Pittella, do Partido Democrático (PD), teve de renunciar ao cargo devido a um escândalo de corrupção no sistema de saúde local.   

O candidato favorito à vitória é o ex-general da Guarda de Finanças Vito Bardi, do partido conservador moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi. Ele conta com o apoio da legenda ultranacionalista Liga, do ministro do Interior Matteo Salvini, e da sigla de extrema direita Irmãos da Itália (FDI).   

Os três partidos formam uma coalizão que já governa oito regiões na Itália e se revezam na indicação dos candidatos. Nas eleições de Abruzzo, em 10 de fevereiro, o vencedor, Marco Marsilio, foi escolhido pelo FDI, enquanto na Sardenha, no dia 24 do mesmo mês, o governador eleito, Christian Solinas, foi uma opção da Liga. As duas regiões eram governadas pela esquerda.   

Já o candidato da centro-esquerda é o farmacêutico Carlo Trerotola, cujo pai foi dirigente do partido neofascista Movimento Social Italiano (MSI) na Basilicata. Algumas legendas de esquerda decidiram apoiar outro postulante, o professor Valerio Tramutoli.   

Já o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que governa a Itália em aliança com a Liga, candidatou Antonio Mattia, mas o partido, que foi o mais votado nas eleições legislativas de março de 2018, sempre enfrenta dificuldades em disputas regionais.   

A coalizão de direita vem conquistando sucessivas vitórias na Itália desde o ano passado e já tirou da esquerda os governos de Friuli Veneza Giulia, Trento e Molise, além de Abruzzo e Sardenha, especialmente em função do sucesso de Salvini e da Liga, que também já comanda as ricas Lombardia e Vêneto.   

O partido ultranacionalista mira nas eleições europeias de maio, quando deve se tornar a legenda mais popular do país. Com isso, a Liga espera aumentar seu cacife eleitoral frente o M5S, que entrou no governo italiano como acionista de maioria, mas vem perdendo cada vez mais espaço para a ascensão de Salvini. (ANSA)