A manutenção da taxa de juros Selic “está acima do necessário para o combate à inflação e, no momento, apenas impõe riscos adicionais para atividade econômica”. Essa é a avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que destacou, por meio de nota, que há mais de um ano a Selic está em patamar alto o suficiente para contrair a atividade econômica e, assim, controlar a inflação.

“Esperamos que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie já na próxima reunião o tão necessário processo de redução da Selic”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Para a entidade, a manutenção da Selic no patamar atual, “com as expectativas de inflação para os próximos 12 meses em queda, representa menos dinheiro em circulação e um pé no freio na atividade econômica, que no jargão econômico é chamado de ‘intensificação do caráter contracionista da política monetária'”.

A CNI ainda destaca que os prejuízos da Selic alta também afetam o mercado de crédito. “A concessão de crédito às empresas caiu, em termos reais, 8,6%, na comparação dos primeiros quatro meses de 2023 com os últimos quatro meses de 2022.”

“Outro aspecto que vale ressaltar são os eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil, os quais também têm influência negativa sobre o mercado de crédito. Esses acontecimentos, associados aos elevados níveis de inadimplência, têm levado ao aumento de provisões por parte dos bancos, o que reduz a oferta de crédito e tende a encarecê-lo ainda mais”, afirma a entidade.