A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamenta o falecimento do ex-ministro de Indústria e Comércio João Camilo Pena, ocorrida nesta sexta-feira (23/04) em Belo Horizonte (MG), aos 95 anos de idade.

“Minas Gerais e o Brasil perdem um dos seus mais brilhantes e ilustres homens públicos, que prestou relevantes serviços para o desenvolvimento da indústria e do país”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “Presto sinceras e justas homenagens a ele, em meu nome e dos demais integrantes do Sistema Indústria”.

Graduado em engenharia pelo Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Camilo Pena nasceu em Corinto-MG. Após a formatura, trabalhou na Companhia Vale do Rio Doce e, posteriormente, ingressou na então CEMIG (então Centrais Elétricas de Minas Gerais e, hoje, Companhia Energética de Minas Gerais), onde fez carreira técnica. Foi vice-presidente da empresa (de 1967 a 1969) e presidente (de 1969 a 1975), quando desenvolveu um amplo programa de eletrificação rural no interior mineiro e comandou a construção de algumas hidrelétricas no Estado, com destaque para Três Marias.

Uma folha de serviços prestados a Minas e ao Brasil

Entre 1975 e 1979, Camilo Pena foi Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais, no governo de Aureliano Chaves. No mesmo período, assumiu interinamente as secretarias de planejamento e de Administração. Em 1979, assumiu o cargo de Ministro de Indústria e Comércio, no governo do então presidente João Baptista Figueiredo. Nesta função, comandou a implementação de diversos projetos, com destaque para a revisão do Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, que contribuiu de forma decisiva para a redução de gastos do país com importação de petróleo.

Em 1984, João Camilo Pena deixou o ministério de Indústria e Comércio para apoiar a candidatura do conterrâneo Tancredo Neves à presidência da República, dentro do processo de redemocratização do país. No ano seguinte, já no governo José Sarney, assumiu a presidência da Furnas Centrais elétricas, cargo que ocupou até 1989. Após deixar a estatal, tornou-se membro dos conselhos consultivos e de administração de várias empresas, com destaque para a Companhia Siderúrgica Mannesmann, a Companhia Siderúrgica do Pará, a Itaipu Binacional, Companhia de Saneamento de Minas Gerais e o Consórcio Coopers Lybrand-Main Engenharia. Foi, ainda, assessor especial da Federação de Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG).