A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras 13 entidades empresariais de 14 países enviaram carta à Organização Mundial do Comércio (OMC) em que reforçam seu apoio ao sistema multilateral de comércio mundial e pede maior engajamento entre o organismo e a comunidade empresarial. Na correspondência, encaminhada nesta quarta-feira (17) a Genebra, as representações do setor privado também congratulam a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, primeira mulher e africana a dirigir a OMC. No documento, as entidades destacam o papel da OMC em estabelecer regras e princípios gerais para o comércio mundial e seu papel nas negociações e na solução de disputas entre países. Afirmam, ainda, que esse sistema resultou em grandes benefícios aos países-membros, com criação de postos de trabalho e redução da pobreza, e transparência e previsibilidade necessárias para fomentar a liberalização do comércio global. As entidades reforçam, entretanto, a necessidade de reformas e aprimoramento dos mecanismos da OMC para assegurar o seu melhor funcionamento diante dos desafios do século 21. “A OMC pode se beneficiar de contribuições específicas e oportunas daqueles na linha de frente do comércio internacional e que enfrentam seus desafios diariamente. É importante lembrar que são as empresas que conduzem comércio através das fronteiras com base em regras e princípios”, afirma o documento. A CNI ressalta o pedido emergencial para revitalização completa com o Órgão de Solução de Disputas da OMC que resolve questões jurídicas de barreiras e subsídios e garante o comércio justo. O Brasil é um dos principais usuários e tem casos que representam US$ 7 bilhões em curso. Na carta, as representações apontam, ainda, caminhos em que a OMC pode alcançar um diálogo mais regular e estruturado com a comunidade empresarial, entre elas: – Estabelecer um conselho consultivo que permitiria ao setor privado oferecer informações e observações em temas de importância; – Organizar diálogos sobre comércio mais regulares, bem como consultas e audiências sobre negociações específicas; – Criar uma plataforma online em que partes interessadas possam se registrar para fortalecer o diálogo e a transparência. Esta poderia atuar como fórum para a OMC compartilhar informações sobre negociações em curso e permitir às empresas de todos os portes, incluindo pequenas e medidas, e de todos países a contribuir. Veja abaixo a lista de entidades empresariais signatárias da carta à diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala. – Swedish Enterprise, Suécia – Australian Chamber of Commerce and Industry, Austrália – Business Association of Georgia, Georgia – Business Unity of South Africa (BUSA), África do Sul – Business NZ, Nova Zelândia – Canadian Chamber of Commerce, Canada – Confederation of Indian Industry (CII), Índia – Confederação Nacional da Indústria (CNI), Brasil – Coparmex, México – Confederation of Tanzania Industries, Tanzânia – Federation of Korean Industris (FKI), Coreia do Sul – Keidanren, Japão – Unión Industrial Argentina (UIA), Argentina – US Chamber of Commerce, Estados Unidos |