A indústria brasileira encerrou o ano de 2016 em situação difícil, mas com perspectivas melhores do que as do ano anterior, conclui a pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A produção industrial registrou queda em dezembro pelo quarto mês consecutivo, com recuo expressivo em relação a novembro, o que costuma acontecer no último mês do ano, quando encerra-se a produção para as vendas do Natal.

Em dezembro de 2016, o índice que mede a evolução da produção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ficou em 40,7 pontos, o maior dos últimos quatro anos para o mês. Pela metodologia da pesquisa, números abaixo de 50 indicam queda. Em novembro, o índice estava em 47 pontos. O número, porém, ficou acima do registrado em dezembro de 2015, quando esta em 35,5 pontos.

A utilização da capacidade instalada aumento 1 ponto porcentual em relação ao ano anterior, fechando 2016 em 63% (ante 62% em 2015). Foi o primeiro crescimento na comparação anual desde março de 2014. Em novembro, esse porcentual era de 66%.

A CNI considerou uma boa notícia o fato de os estoques ter terminado o ano abaixo do planejado, o que indica que pode haver aumento na produção para recompô-los.

“Esse aumento poderá ser ainda mais intenso, caso sejam confirmadas as expectativas dos empresários: crescimento da demanda e da quantidade exportada nos próximos seis meses”, completa o documento. O indicador de nível de estoques caiu de 48,3 em novembro para 46,5 em dezembro. No fim de 2015 estava em 46,6 pontos.

O emprego industrial, por outro lado, continuou em queda em dezembro e registrou o menor índice desde julho, 44,7 pontos. Em novembro, o indicador estava em 45,8 pontos e, em dezembro de 2015, em 41,5 pontos.

Perspectivas

Para os próximos seis meses, as expectativas dos industriais são de crescimento na demanda, exportações e compra de matérias-primas. Há projeção, porém, de redução no número de empregados, que ficou em 46,4 pontos, ante 45,5 em dezembro e 41,3 no último mês de 2015. O aumento no indicador, porém, sugere um arrefecimento no ritmo das demissões.

Também a intenção de investir está abaixo dos 50 pontos, ficando em 45,3 pontos, maior, do que em dezembro de 2015 (41,6) e do que e novembro (44,6).

Os empresários apontam a elevada carga tributária, demanda interna insuficiente e elevada taxa de juros entre os principais problemas enfrentados pela indústria. A Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 13 de janeiro com 2.268 empresas, sendo 929 pequenas, 818 médias e de grande porte.