(ANSA) – BRASILIA, 30 DIC – O avanço do discurso de ódio, a suspeita de corrupção no Congresso e a rejeição da legalização do aborto são alguns dos principais pontos de preocupação destacados no documento divulgado na segunda-feira (29) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a principal instituição católica do país.
“Discursos de ódio, manipulação da verdade, violências, radicalismos ideológicos e interesses particulares não podem se sobrepor ao bem comum”, afirma a carta de Ano Novo, apresentada em vídeo pelo presidente da entidade, cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre.
O Brasil, país com a maior população católica do mundo, que tem registrado um forte avanço das igrejas evangélicas, encerra um ano marcado pela “perda de decoro e a falta de responsabilidade por parte de algumas autoridades, especialmente do nosso Congresso Nacional”, afirma o texto.
Para a CNBB, o “enfraquecimento da ética e o aumento da corrupção na vida pública” contribuem para a “fragilização dos mecanismos democráticos” e ampliam a desconfiança da população em relação às instituições republicanas.
O documento, que leva a assinatura de Spengler, que foi nomeado cardeal pelo falecido papa Francisco, a outras autoridades da CNBB, reafirmou a posição da Igreja contra a interrupção do embaraço.
“Reiteramos a sacralidade da vida humana , desde a concepção até seu fim natural. Ela é o primeiro dos direitos.
Manifestamo-nos firmemente contra qualquer iniciativa de legalização do aborto”, diz.
Por fim, a carta da principal entidade católica faz um comentário sobre o cenário econômico questionando o “pagamento de exorbitantes juros e amortizações da dívida ” que afeta a capacidade de “maior investimento em educação, saúde, moradia e segurança”. (ANSA).