Brasília, 29/3 – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou na terça-feira, 28, ao presidente Michel Temer (PMDB) documento no qual cobra obras para reduzir os gargalos logísticos ao agronegócio brasileiro, com prioridade às regiões produtoras do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. No estudo, a entidade destacou uma região grande produtora de grãos com infraestrutura logística ainda falha (acima do paralelo 16, que passa pelo sul de Mato Grosso, corta Goiás e as regiões norte de Minas Gerais e sul da Bahia).

Após a crise para o escoamento da safra de soja em Mato Grosso, no início deste mês, a rodovia BR-163 foi citada durante o encontro como o foco principal dessas obras e exemplo desses gargalos. Segundo o documento, o asfaltamento do trecho de 104 quilômetros da BR-163, juntamente com a integração do modal logístico hidroviário, reduziria o custo de transporte em 36% para o escoamento de grãos de Mato Grosso.

Sem essa obra e sem a integração logística, a CNA estima uma perda de R$ 1,2 bilhão por ano, somente considerado o escoamento da soja de Mato Grosso. “É só um produto, de somente um Estado, por isso, a gente cobrou agilidade, principalmente nessa obra. Fora isso, há questões das ferrovias, a demora do licenciamento ambiental e o confronto com áreas indígenas”, explicou Bruno Lucci, superintendente Técnico da CNA.

Durante um breve discurso no evento, Temer citou o gargalo logístico na BR-163 e ainda as ações emergências tomadas pelo governo para liberar um trecho da rodovia que se transformou em um atoleiro e tornou inviável, por dias, o escoamento de soja em março. As demandas da CNA foram encaminhadas ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella.

Elisângela Lopes, assessora da Comissão Nacional de Infraestrutura e logística da CNA, lembra que boa parte das obras apresentada no documento está contemplada em programa de governos para concessões e privatizações, com datas e recursos necessários. “A grande preocupação é que projetos sejam executados nesse tempo que foram planejados e que o governo conceda o orçamento necessário”, concluiu.