São Paulo, 27 – A Aliança AgroBrazil, grupo lançado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para debater comércio exterior, se reuniu na terça-feira, 26,em Brasília para tratar da agenda do governo brasileiro para as negociações internacionais. Conforme nota da CNA, representantes dos ministérios da Economia, da Agricultura e das Relações Exteriores estiveram presentes na reunião.

O diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio do Itamaraty, Alexandre Ghisleni, defendeu uma ação coordenada para fortalecer a atuação do País nas negociações de acordos de livre comércio e promover a imagem do setor agropecuário no exterior. “Nós precisamos mostrar ao mundo que o Brasil é uma superpotência agrícola e tudo foi construído com base na tecnologia e no respeito ao meio ambiente. Essa é uma imagem que não chega lá fora e nós precisamos e queremos fazer chegar”, disse.

Já a secretária adjunta de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Yana Dumaresq, afirmou que o governo reconhece a necessidade de aumentar a participação do setor agropecuário em mercados estratégicos. “Estamos comprometidos em avançar nessa questão e encarar as dificuldades para concluir as negociações. O nosso objetivo não é só negociar, mas sim fechar acordos.” O secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Flávio Bettarello, falou, por sua vez, de medidas de apoio ao setor. “Teremos uma agenda de promoção comercial, investimento e cooperação”, disse.

Outro assunto debatido no encontro foram as negociações do Brasil com mercados potenciais. A coordenadora de Relações Internacionais da CNA, Camila Sande, explicou que o Canadá, por exemplo, é considerado um concorrente do Brasil por ser um grande player no mercado agrícola. “Nós temos o desafio de entrar no mercado canadense. Existem oportunidades que podemos encontrar pelo menos na redução de tarifas de alguns produtos, como as carnes. A CNA está fazendo um levantamento para buscar sinergias e vantagens com esse possível acordo comercial”, disse.

De acordo com Sande, outro mercado potencial é a Coreia do Sul, oitavo maior importador de alimentos do mundo. “Esse acordo poderia trazer um incremento de US$ 10 bilhões apenas com a exportação de produtos agropecuários. Segundo o governo, uma rodada de negociações está prevista para o fim de março”.