O Campeonato Brasileiro retornou com o desafio de manter a presença de público nos estádios. As dez primeiras rodadas, sem contabilizar o confronto entre Fluminense e Ceará, tiveram média de 19.828, superando o número de 18.821 de 2018. É a maior desde 1987. Se o viés de alta for mantido, o torneio pode ultrapassar a marca dos 20 mil por jogo pela primeira vez desde a implantação dos pontos corridos, em 2003. Relatório recente do Centro Internacional de Estudos do Esporte mostra que a tendência é sólida. Ela passou de 13.698 no período 2003/2008 para 17.402 em 2014/2018, aumento de 27%.

Especialistas opinam que os programas de sócio-torcedor, que facilitam a compra de ingressos, e as novas arenas explicam essa tendência. “Ainda há muito espaço para crescimento. Hoje, os clubes contam com perfis em redes sociais com audiências relevantes, mas é o único canal por onde atuam ativamente. Nas ruas, o Campeonato Brasileiro é quase invisível”, exemplifica André Monnerat, gerente de Negócios da Feng Brasil, gestora de programas de sócio-torcedor de Flamengo, Santos, Vasco, entre outros. “Patrocinadores poderiam ter sua participação com ativações, como acontece nos grandes festivais. Existe um potencial de receita inexplorado”, completa.

Para Marcelo Paciello, pesquisador do comportamento do consumidor esportivo, os clubes podem ser mais ativos e estimular, por exemplo, a venda de ingressos para todo o ano e para o público empresarial. “Os clubes poderiam criar um departamento comercial para abordar todos os perfis de torcedores”, diz. “No Brasil, o foco continua dentro das quatro linhas. Na Europa e Estados Unidos, o foco está no torcedor/consumidor além das quatro linhas”, afirma.

Um exemplo foi dado pelo Corinthians, que inaugurou o Camarote Arena Kids, com videogame, brinquedos infláveis e jogos para os pais dentro da sua arena em Itaquera.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias