O presidente da Associação de Clubes Europeus (ACE), Karl-Heinz Rummenigge, revelou nesta terça-feira que tem programadas em sua agenda negociações com a Uefa para evitar a possibilidade de que seja criada uma Superliga independente de clubes na Europa ao menos até 2024.

Duas semanas depois de a entidade que controla o futebol europeu e a ACE entrarem em acordo em relação a cotas e prêmios para os times até a Liga dos Campeões de 2021, o consagrado ex-jogador alemão e dirigente de peso do Bayern de Munique afirmou que logo serão iniciadas as tratativas para o ciclo de três anos que virá depois do que já foi acordado para a principal competição de clubes do futebol europeu.

“Esta é uma espécie de garantia para que os clubes permaneçam unidos sob o guarda-chuva da Uefa”, ressaltou Rummenigge, falando dois dias depois de participar de uma reunião fechada na qual ficou evidente a desunião e o descontentamento de clubes que integram ligas nacionais de segundo escalão do Velho Continente com um acordo financeiro firmado no mês passado. O mesmo contempla as equipes que participam ou vierem a disputar a Liga dos Campeões ou a Liga Europa nas próximas temporadas.

A ameaça da criação de uma liga independente, com a presença de clubes mais ricos ou de maior tradição, sempre ocorre antes da negociação de contratos de transmissão de TV e patrocínio. A receita total dos acordos firmados pela Uefa entre 2015 e 2018 para as disputas da Liga dos Campeões e Liga Europa bate na casa de 2,2 bilhões de euros (cerca de US$ 2,47 bilhões) por ano.

O acordo atual entre a ACE e a Uefa, por sua vez, também irá expirar em 2021. E, de qualquer forma, Rummenigge prometeu nesta terça-feira: “Iremos cooperar no futuro com a Uefa, não há menos dúvida a respeito disso”.

Os 153 clubes que participam deste processo de negociação que tem a Uefa como principal referência esperam um aumento de receitas de 30%, em média, nas próximas edições das competições europeias, projetando um total de 3,2 bilhões de euros (aproximadamente US$ 3,6 bilhões).