Uma missão do Clube de Paris, que reúne 14 países credores de Cuba, pediu nesta quarta-feira (30) ao governo da ilha que estabeleça um novo calendário para honrar seus compromissos de dívida desde 2015.

Segundo a Agência Cubana de Notícias, William Roos, copresidente do Clube de Paris, “propôs estabelecer um novo calendário de acordo com a capacidade de pagamento de Cuba e, dessa forma, trabalhar em conjunto a fim de encontrar uma solução” para o atraso em suas obrigações.

A missão, que irá permanecer em Havana até amanhã, transcorre mais de um ano depois de o agora ministro do Comércio Exterior, Ricardo Cabrisas, ter concordado em voltar a ajustar os termos para honrar a dívida.

O Clube de Paris, que gerencia a dívida da ilha com 14 governos – incluindo França, Espanha e Japão – acordou em 2015 com o governo cubano uma redução de 8,5 bilhões (R$ 41 bilhões) sobre os 11,1 bilhões de dólares (R$ 54 bilhões) devidos. O pagamento do passivo restante foi escalonado até 2033, mas dificuldades financeiras impediram a ilha de pagar em 2019.

Em 2020, Cuba solicitou uma moratória até 2022. O Clube concordou apenas com uma moratória de um ano, com a obrigação de renegociar posteriormente.

Cabrisas argumentou hoje que a reinclusão de Cuba em uma lista de países patrocinadores do terrorismo pelo Departamento de Estado, em 2021, dificultou o acesso da ilha a fontes de financiamento, em meio à alta dos preços internacionais.

Cuba também tem uma dívida com credores privados pertencentes ao Clube de Londres. Em fevereiro de 2022, a câmara baixa do parlamento russo ratificou um projeto de reestruturação da dívida de Cuba de US$ 2,3 bilhões (R$ 11 bilhões).

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