A aposta em parcerias com outros players de nuvem e na popularização das estruturas multicloud foram dois temas centrais abordados pela Oracle durante o CloudWorld 2024, evento que ocorre esta semana em Las Vegas (EUA). Em sua apresentação no evento, Larry Ellison, CTO e fundador da Oracle, reforçou essas tendências.

“Antes deste evento se chamar CloudWorld, era chamado OpenWorld. Ele tinha esse nome pois, ao longo de décadas, os bancos de dados da Oracle rodavam nos mais diversos servidores. E era tudo baseado no fato de que os clientes tinham muito poder de escolha. Mas, quando migramos para o mundo da nuvem, perdemos um pouco essa possibilidade de que os clientes comprem produtos de diferentes vendedores. Agora, nesta nova era de cloud computing, estamos em uma fase em que produtos em nuvens diferentes poderão funcionar de forma integrada”, detalhou o executivo.

Durante o evento, a Oracle anunciou um acordo com a AWS para facilitar a execução de aplicações de seus bancos de dados na nuvem da Amazon. Com a parceria, será possível mover a estrutura de hardware de cloud da Oracle para dentro dos datacenters da AWS, melhorando a conexão entre as aplicações e deixando-as mais rápidas.

“Com essa parceria, agora temos nossa infraestrutura dentro do Google Cloud, Microsoft Azure e AWS, os três maiores players de nuvem pública do mercado”, observou Ellison durante sua apresentação. A Oracle também anunciou durante o evento a disponibilidade geral da parceria Oracle Database@Google Cloud, parceria similar à feita com a Amazon.

CloudWorld: Oracle reforça parcerias e aposta em multicloud
Oracle tem mais de 160 datacenters espalhados pelo mundo (Crédito:Reprodução)

Nuvens privadas em expansão

Ellison também falou sobre a aposta da Oracle em nuvens privadas. “Podemos pegar um exemplo de um grande cliente que queira usar nossa nuvem, mas de modo exclusivo. Ele não quer dividir sua estrutura de hardware com ninguém. Na nossa nuvem privada, temos exatamente os mesmos recursos da nossa nuvem pública. Não é uma nuvem com menos capacidades. E isso vale também para países que queiram manter seus dados dentro de seu território. Já estamos fazendo isso para alguns de nossos clientes”, detalhou o executivo. Atualmente, a empresa tem 162 data centers para nuvens públicas e privadas espalhados pelo mundo.

IA com foco em segurança

Como não poderia deixar de ser, a inteligência artificial foi um dos temas mencionados por Ellison em seu keynote. E um dos focos principais da Oracle para IA será o uso em segurança. “Podemos melhorar muito a segurança com o uso de IA. Podemos nos livrar das senhas. Senhas são uma péssima ideia, de modo geral. Senhas com 17 caracteres, incluindo especiais, são muito fáceis de serem roubadas. Temos que achar formas melhores de autenticar as pessoas”, pontuou.

Ellison acrescentou que a Oracle tem investido cada vez mais em sistemas autônomos por questões de segurança. “É como um carro autônomo. Eles são muito mais seguros do que os dirigidos por humanos. O computador não vai tomar uns drinks e depois sair para dirigir. Podemos salvar muitas vidas com carros autônomos. E o mesmo princípio de segurança vale para software e sistemas. Quase todos os ataques de segurança começam com um erro humano. Por isso temos cada vez mais robôs para configurar nossas soluções”, disse.