Hillary e Trump, o capítulo final de uma campanha histórica

Hillary e Trump, o capítulo final de uma campanha histórica

A democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump realizam nesta segunda-feira (7) o último esforço para manter vivas suas aspirações de chegar à Casa Branca, no capítulo final de uma campanha histórica nos Estados Unidos.

Depois de pouco mais de um ano de idas e vindas, dramas inesperados e uma série sem precedentes de escândalos de todo tipo, para a ex-secretária de Estado e o para polêmico bilionário chegou o momento de colocar todas as cartas sobre a mesa.

Ao iniciar o último dia de campanha, nesta segunda-feira, Hillary Clinton se comprometeu a trabalhar pela união nacional, caso chegue à Casa Branca.

“Tenho muito trabalho a fazer para unificar o país. Realmente quero ser a presidente para todos, para pessoas que votaram em mim e pessoas que votaram contra mim”, disse à imprensa.

De acordo com Hillary, os eleitores terão de escolher entre “a divisão, ou a unidade, entre uma liderança firme e forte, ou uma bala perdida”.

Mas – declarou ela em Pittsburgh – a eleição “é apenas o início”.

“Temos de cicatrizar este país, unir as pessoas, ouvir-nos e nos respeitar”, expressou.

Em um ato público em Sarasota, na Flórida, Trump disse, por sua vez, que uma vitória sua na eleição de amanhã será um golpe fatal ao que chamou de “establishment corrupto de Washington”.

“(Hillary) Clinton é protegida por um sistema totalmente trapaceiro. E agora os americanos farão justiça amanhã nas urnas”, afirmou.

“Se ganharmos, vamos limpar essa lama”, acrescentou, referindo-se à corrupção em Washington.

“Limpem a lama, limpem a lama!”, gritava a multidão.

“Quem teria acreditado nisso?”, questionou Trump, aos seus cerca de 4.000 simpatizantes, em Sarasota, ao se referir à sua odisseia de 18 meses pela Casa Branca.

Encerramentos de campanha

O republicano, de 70 anos, tem um dia cheio de encontros nos estados da Carolina do Norte, Pensilvânia e New Hampshire, antes de encerrar sua campanha em Michigan.

Hillary, de 69, trabalhará até a meia-noite, com paradas na Pensilvânia, em Michigan e na Carolina do Norte.

Um dos encontros contará com a presença dos roqueiros Bruce Springteen e Bon Jovi, mas seu trunfo será a participação do presidente Barack Obama e da popular primeira-dama Michelle, assim como com seu marido, o ex-presidente Bill Clinton.

Em um ato em Ann Arbor, no Michigan, Obama pediu aos americanos que “façam por Hillary o que fizeram por mim” quando forem às urnas votar.

Nesta segunda-feira, pesquisas dão a liderança a Hillary, por aproximadamente 2,7 pontos percentuais na corrida eleitoral, embora a dinâmica dos últimos dez dias de campanha tenha sido favorável a Trump.

Em uma enquete realizada pela rede CBS e divulgada nesta segunda-feira, a vantagem de Hillary é de quatro pontos (45% contra 41%).

Um modelo matemático de projeção elaborado pela rede de televisão NBC indica que Hillary Clinton já teria assegurado pelo menos 274 votos no colégio eleitoral, quatro a mais do que os necessários para selar sua vitória.

O site especializado FiveThirtyEight atribui a Hillary Clinton 67,9% de probabilidades de ganhar as eleições, contra 32,1% para Trump.

Idas e vindas

O mais recente episódio da longa campanha aconteceu no domingo, quando o FBI informou ao Congresso, em uma carta, que não pretendia apresentar acusações formais contra Hillary pelo interminável escândalo provocado por seus e-mails enviados de um servidor privado quando era secretária de Estado.

O anúncio foi uma tentativa de apagar o incêndio provocado há apenas uma semana pela mesma instituição, quando revelou que investigaria novas mensagens relacionadas à democrata, que não haviam sido incluídas em uma investigação anterior concluída em julho passado.

“Nós nos alegramos que este assunto tenha sido resolvido”, disse a jornalistas a diretora de Comunicação da campanha de Hillary, Jennifer Palmieri, pouco depois da divulgação da decisão do FBI, a Polícia Federal americana.

A notícia da reabertura do caso havia caído como uma bomba sobre a campanha de Hillary, que se viu obrigada a passar vários dias dando explicações sobre um escândalo que parecia coisa do passado.

Os mercados financeiros do mundo, que receberam a reabertura das investigações do FBI com quedas, abriram em alta nesta segunda-feira.

Possivelmente ficará complicado medir o impacto que o final da polêmica sobre os e-mails de Hillary terá em sua campanha, mas as pesquisas deram a Hillary uma vantagem mínima no último fim de semana de campanha.