Ainda não será no mata-mata do Campeonato Paulista que as regras adotadas há quase um ano para diminuir a violência entre as torcidas dos times grandes do Estado serão afrouxadas. Em reunião que ocorreu nesta quarta-feira na sede da Secretaria de Segurança Pública foi decidido que tudo se manterá como está: ou seja, torcida única e proibição de entrada no estádio de instrumentos e adereços como faixas e bandeiras.

O encontro serviu para avaliar as medidas adotadas em abril do ano passado, depois que um transeunte foi morto em uma praça do bairro de São Miguel, zona leste da capital, antes de uma partida que Corinthians e Palmeiras disputariam no Pacaembu. Um senhor de 60 anos levou um tiro durante briga entre as torcidas. A partir de então, foi instituído o acesso de torcida única (do mandante) nos clássicos paulistas.

Nesta quarta-feira, no encontro com a participação do secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Filho, e representantes das polícias Civil e Militar e do Ministério Público, avaliou-se que as regras diminuíram os confrontos entre os torcedores e, por consequência, os atos de violência. O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, e dirigentes dos quatro grandes clubes, optou por não fazer mudanças.

“Reuniões como essa nos dão a certeza de que, juntos, nós podemos construir ações edificantes para o futebol”, destacou Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do São Paulo. Os presidentes de Palmeiras, Maurício Galiotte, e do Santos, Modesto Roma Júnior, também compareceram. O advogado Luiz Felipe Santoro representou o Corinthians.

Havia a possibilidade de permitir que os organizados voltassem a poder levar faixas, bandeiras e até instrumentos musicais aos estádios. Apesar de haver concordância sobre uma mudança para melhor no comportamento das torcidas, entendeu-se que ainda é cedo para afrouxar as regras.

“Somos especializados em policiamento de praças esportivas, mas as medidas auxiliam nosso trabalho”, afirmou o tenente-coronel Luiz Gonzaga de Oliveira Júnior, comandante do 2.º Batalhão de Choque. “Com essas regras, diminuímos o uso dos PMs usados no patrulhamento dos estádios de futebol.”