Com possibilidade de igualar o recorde de quatro triunfos consecutivos na Copa da Liga, neste domingo (às 12h30, horário de Brasília) contra o Tottenham, o Manchester City tentará conquistar o seu primeiro título da temporada e virar a página da polêmica Superliga o mais rápido possível.

Para os ‘Spurs’, também envolvidos na tentativa de criar uma competição europeia semifechada, será a oportunidade para apaziguar os torcedores num ambiente rarefeito desde a demissão de José Mourinho no início da semana.

Esta final em Wembley marcará uma nova etapa no retorno da torcida às arquibancadas, já que serão permitidos 8.000 espectadores, sendo 2.000 de cada clube.

Há apenas uma semana, no último domingo, 4.000 pessoas assistiram à vitória do Leicester sobre o Southampton (1-0), na segunda semifinal da Copa da Inglaterra.

Os sortudos terão que passar por três testes de covid, apresentando dois negativos antes do jogo, e ser maiores de idade e sócios.

Mas, uma vez lá dentro, a dúvida que paira é se o aspecto esportivo conseguirá relegar para segundo plano a indignação contra o projeto da Superliga.

O City foi o primeiro time a anunciar oficialmente sua retirada, antes que os outros cinco clubes ingleses envolvidos, o Tottenham entre eles, fizessem o mesmo na noite de terça-feira.

O essencial para o ‘Citizens’ é a conquista da tríplice coroa nesta temporada, depois de perder para o Chelsea nas semifinais da Copa da Inglaterra – também em Wembley – há oito dias.

– “Só nos restam finais” –

“Obviamente não ficamos satisfeitos com a nossa semifinal da Copa, mas temos que aguentar e olhar para frente porque ainda estamos na corrida em três competições”, disse o zagueiro Ruben Dias.

“Foi um golpe duro para nós, mas o futebol é assim, assim são as coisas. Ou se ganha ou se perde, mas como temos ido tão bem nesta temporada, agora só nos restam finais”, acrescentou o português.

Após esta final, o Manchester City enfrentará o Paris Saint-Germain, na capital francesa, pelo jogo de ida das semifinais da Liga dos Campeões, três dias depois.

“Não podemos ignorar que a Champions está muito próxima e que a Premier League ainda não terminou. São mais duas competições”, reconheceu o treinador Pep Guardiola.

“É uma final, temos que vencê-los quando chegarmos lá, mas ficamos de olho na Champions e no Crystal Palace”, acrescentou, apesar de os ‘Skyblues’ so precisarem de oito pontos para reconquistar o título de campeão da Inglaterra que o Liverpool lhes tirou no ano passado.

Uma vitória permitiria ao City igualar dois recordes dos Reds: um oitavo título na competição e um quarto consecutivo.

– Mason, um ‘spur’ puro-sangue –

É possível que o City possa contar com Kevin de Bruyne e com o argentino Sergio Agüero neste jogo, no que seria a sua despedida de Wembley com a camisa do time.

Por seu lado, os ‘Spurs’, que venceram o Southampton (2-1) durante a semana em seu primeiro jogo sem Mourinho, não sabem se poderão contar com Harry Kane, que não treinou na sexta-feira.

A dúvida que fica é se Ryan Mason, o jovem treinador interino (de 29 anos), tentará jogar de forma diferente do ‘Special One’, que provavelmente teria optado por um jogo mais passivo. É o que os jogadores esperam.

“Jogar um pouco mais agressivo”, resumiu de forma lapidar o galês Gareth Bale ao ser questionado sobre as mudanças que esperava ver após a saída do treinador português, com quem não mantinha uma boa relação.

Torcedor do Tottenham, onde foi revelado e jogou antes de partir para o Hull, até que uma fratura no crânio o obrigou a se aposentar no início de 2016, Mason espera conquistar o primeiro título dos londrinos desde a Copa da Liga de 2008.

A imagem de um ‘Spur’ puro-sangue conduzindo “seu” clube à vitória sobre o poderoso City no Wembley seria um final adequado para fechar esta semana onde os proprietários milionários foram, infelizmente para os torcedores, os principais protagonistas.

smg-hap/fs/gh/mcd/aam

TOTTENHAM HOTSPUR