Sandra Annenberg foi às redes sociais neste domingo, 31, para compartilhar um clique raro ao lado da mãe, a produtora de televisão Débora Takser. Ela sofre de Alzheimer hidrocefalia e foi presenteada pela filha com chocolates de Páscoa.

Na imagem, Sandra aparece sorrindo ao lado da mãe, que está deitada em uma cama.

Apesar do diagnóstico, em 2023, a jornalista revelou, ao “gshow”, que Débora apresentou melhora após um procedimento cirúrgico.

“Minha mãe teve uma melhora expressiva depois da implantação de uma válvula no cérebro. Ela sofre de hidrocefalia e Alzheimer. Com a cirurgia, conseguiu recuperar muito da cognição”, detalhou Annenberg.

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Cirurgia de Débora Takser pode ter ‘amenizado’ sintomas de Alzheimer?

A afirmação de Sandra Annenberg gerou confusão em muitos internautas, que acreditaram que a implantação de uma válvula seria capaz de “reverter” sintomas de Alzheimer. No entanto, esse não é o caso, conforme explica o neurocirurgião André Gentil, do Hospital Israelita Albert Einstein, à IstoÉ Gente.

André começa explicando que Alzheimer e hidrocefalia de pressão normal são duas condições independentes, mas é comum que elas coexistam em um mesmo paciente de idade avançada. E relata que a indicação da cirurgia DVP (derivação ventrículo-peritoneal), também chamada de “válvula”, existe somente em casos da segunda doença.

“A gente chama de ‘válvula’ porque, na DVP, é colocado um catéter dentro do ventrículo, dentro do cérebro. Ele é conectado a uma válvula que vai regular a quantidade de líquor [líquido que protege estruturas cerebrais] que vai passar por ela”, detalha.

“Não existe indicação de DVP como tratamento de Alzheimer. E para que a DVP seja indicada para hidrocefalia de pressão normal, é necessário fazer um diagnóstico da condição, que depende da história clínica desses pacientes. Em geral, eles têm três componentes de sintomas: piora cognitiva, piora da marcha e dificuldade de continência, principalmente de continência urinária”, diz o neurocirurgião, explicando a chamada ‘Tríade de Hakim-Adams’.

Ou seja, um paciente como Débora, que tem Alzheimer e hidrocefalia, pode apresentar melhorias com a cirurgia DVP, mas o que melhoram não são os sintomas de Alzheimer.

Por fim, o especialista indica que as áreas que podem apresentar melhorias são, principalmente, cognição, marcha e controle da urina. “O que vai melhorar depende de qual era o déficit anteriormente”, conclui.