O ex-ministro e candidato do PDT à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes, virou alvo da Polícia Federal pela suposta prática de crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após criticá-lo em uma entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pedido de abertura de inquérito foi assinado pelo próprio presidente por meio da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência e posteriormente conduzido pelo ministro da Justiça, André Mendonça.

Durante entrevista à Rádio Tupinambá, de Sobral (CE), em novembro do ano passado, Ciro disse que a população, ao não apoiar os candidatos de Bolsonaro, mostrava um sentimento de “repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do país e seu desrespeito à saúde pública”.

Na mesma conversa, o ex-ministro chama o presidente de “ladrão” e citou o caso das “rachadinhas” que envolve os filhos de Bolsonaro ao falar sobre o ex-juiz Sérgio Moro.

“Qual foi o serviço do Moro no combate à corrupção? Passar pano e acobertar a ladroeira do Bolsonaro. Por exemplo, o Coaf, que descobriu a esculhambação dos filhos e da mulher do Bolsonaro, que recebeu R$ 89 mil desse [Fabrício] Queiroz, que foi preso e é ladrão, ladrão pra valer, ligado às milícias do Rio de Janeiro. E onde estava o senhor Sérgio Moro? Acobertando”, disse Ciro.

O político do PDT comentou sobre o inquérito nesta sexta-feira: “Fui informado da abertura desse inquérito há cerca de dez dias. Estou pouco me ligando”, disse Ciro.

Ainda de acordo com o Estadão, o caso corre na Justiça Federal do DF. Ciro é alvo de investigação policial com base no artigo 145 do Código Penal, que trata sobre crime contra a honra.