O cinema italiano é marcado por cenas inesquecíveis: o banho de Anita Ekberg na Fontana di Trevi, em La Dolce Vita, de Federico Fellini; o olhar do garoto Totó assistindo aos clássicos de Charles Chaplin e John Wayne, em Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore; o pobre Antonio descobrindo que sua bicicleta foi roubada, em Ladrões de Bicicleta, de Vittorio de Sica. Apesar da glória inquestionável do passado, a indústria cinematográfica da Itália não parou no tempo: é o que prova uma mostra que estreia em 19 cidades brasileiras.

MAESTRO Ennio Morricone: compositor escreveu mais de 500 trilhas sonoras (Crédito:Divulgação)

Em sua 9ª edição no Brasil, a 81/2 Festa do Cinema Italiano traz 12 filmes, oito deles em pré-estreia nacional. A seleção revela o vigor da produção atual do país, com obras que tem se destacado em festivais internacionais. É o caso de Laços, de Daniele Luchetti, que abriu o Festival de Veneza em 2021, e Il Buco, de Michelangelo Frammartino, que recebeu o Prêmio do Júri na mesma competição. Já Leonora, Adeus, de Paolo Taviani, concorreu ao Urso de Ouro em Berlim, em fevereiro.

Uma das premiéres mais aguardadas é Ennio, o Maestro, novo filme de Giuseppe Tornatore, famoso por Cinema Paradiso. O documentário homenageia o compositor Ennio Morricone, autor de mais de 500 trilhas sonoras. Para seu filho, Marco Morricone, que está no Brasil, o filme é uma verdadeira lição de vida: “Ele traz muitos ensinamentos, como a paixão pelo trabalho e a dedicação à ética”, afirma.

Outro destaque é a sessão especial que celebra o centenário de nascimento de Pier Paolo Pasolini. Mamma Roma (1962), estrelado por Anna Magnani, é o segundo longa do diretor e um dos primeiros trabalhos cinematográficos a retratar os excluídos da sociedade italiana. Uma obra-prima que convive de forma harmoniosa com os novos talentos da terra do Cinema Paradiso.