13/09/2022 - 10:20
O cineasta Jean-Luc Godard, que faleceu nesta terça-feira (31), recorreu ao suicídio assistido na Suíça. De acordo com o jornal francês, a informação foi confirmada por fontes próximas ao artista, que estava com 91 anos.
“Ele não estava doente, estava simplesmente exausto” disse uma pessoa ligada à família.
O suicídio assistido está se tornando uma pauta mais frequente nos últimos anos. Em abril deste ano, o ator Alain Delon também optou pela prática. Até mesmo Hollywood já falou sobre o delicado assunto em seu filme “Como eu era antes de você”, protagonizado por Emilia Clarke e Sam Clafin.
Entenda o que é o suicídio assistido
A Suíça é o único país do mundo onde o suicídio assistido pode ser praticado por quem não tem um diagnóstico terminal ou incurável e também por estrangeiros. No suicídio assistido, um médico prescreve uma substância letal, que é administrada pelo próprio paciente. Mas, para ter acesso ao procedimento, é feita uma análise de documentos, como prontuário do paciente e laudos. Se a pessoa for estrangeira, ela precisa de uma espécie de atestado tanto do médico do seu país quanto de um médico suíço que diga que ela tem um “sofrimento insuportável”, seja ele qual for.
Apesar de a prática acontecer há muitos anos, a interpretação do sofrimento insuportável que permite essa escolha é recente. Até pouco tempo, apenas pacientes de doenças terminais em estágio avançado podiam optar pelo procedimento. Hoje, pode ser até um sofrimento psíquico. No país europeu, idosos têm direito ao procedimento.
Quem escolhe esse tipo de procedimento precisa passar por uma avaliação psiquiátrica e uma avaliação médica, além de ser apresentado a outras alternativas, como cuidados paliativos.